Ensino em tempos de pandemia

Governo Federal editou medida provisória permitindo que escolas e universidades tenham em 2020 menos de 200 dias letivos, que é o estabelecido em lei

Por: Da Redação  -  04/04/20  -  13:31

O Governo Federal editou medida provisória permitindo que escolas e universidades tenham em 2020 menos de 200 dias letivos, que é o estabelecido em lei. Para o Ensino Fundamental e Médio, porém, continua válida a exigência de 800 horas de aula no ano.


Diante da atual situação - escolas fechadas e atividades presenciais suspensas há mais de duas semanas – e que deve se estender por período ainda indeterminado, o calendário escolar terá que ser alterado, adequando-se à nova realidade.


Na Baixada Santista, as secretarias municipais de Educação buscam uma solução conjunta, o que é bastante positivo, mas ainda há muita incerteza sobre o que poderá ser feito de modo a cumprir o determinado por lei, minimizando os prejuízos educacionais aos alunos.


Nas escolas particulares, a preocupação também existe. Várias  concederam a seus professores e funcionários férias antecipadas, enquanto outras têm buscado alternativa no ensino a distância. Tal modalidade já vinha ganhando força nos currículos universitários, mas foi estendida também aos níveis Fundamental e Médio.


A realidade, entretanto, é bem diversa: aulas e conteúdos a distância, com recursos digitais, são praticamente impossíveis às escolas públicas e mesmo para muitas privadas. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Siessp), que representa 4,5 mil instituições privadas paulistas, a maior parte das escolas brasileiras tem menos de 500 alunos, sem nenhuma estrutura para dar aulas a distância.


Nos segmentos de classe média e alta, porém, essa possibilidade existe e vem sendo praticada. Para as crianças menores o desafio é ainda maior, e o aprendizado depende do apoio das famílias. Nas etapas de Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), a experiência do ensino a distância é praticamente nula.


Mas, diante das atuais dificuldades, é válido buscar saídas do tipo, e os colégios admitem que ainda estão buscando as melhores estratégias, com modelos que vêm sendo ajustados gradativamente.


Não será fácil vencer o atual momento. Há pressão dos pais para redução das mensalidades escolares, diante da queda de renda das famílias e da ausência, em muitos casos, da prestação dos serviços, como acontece com crianças matriculadas em pré-escolas e creches. 


Por outro lado, os estabelecimentos continuam com seus encargos, especialmente folha de pagamento de professores, e têm capacidade muito limitada de abrir mão de receita. O momento exige calma de todos.


Adaptações são necessárias, com reforço e ampliação do ensino a distância nas situações possíveis, que certamente ganharão força e espaço, mesmo no futuro, e a garantia de intensificação, por parte das autoridades públicas e dos estabelecimentos privados, das atividades quando as escolas reabrirem.


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