Em busca de paz

Conselhos, associações de bairro e grupos de Vizinhança Solidária são importantes no contexto da segurança

Por: ATribuna.com.br  -  14/04/24  -  07:06
  Foto: Fernanda Luz

Moradores do Embaré, na zona leste de Santos, se queixam dos constantes furtos e roubos que ocorrem no bairro: de fios de telefonia, de cabos de cobre, de celulares, de correntinhas e de tudo aquilo que possa representar objetos de valor expostos em quintais, postes, bolsos e pescoços. Cada tipo de objeto roubado implica em uma consequência direta. Os fios de cobre atingem todo o bairro e, às vezes, até fora dele, na medida em que a supressão representa o corte de linha telefônica, de energia elétrica ou internet em centenas de residências. Celulares, carteiras e correntinhas são aqueles objetos que, fortuitamente, são levados com suas vítimas desprevenidas, pegas de surpresa enquanto caminham pelas ruas ou falam em público. Em geral, têm valor sentimental.


Importante destacar que a queixa dos moradores do Embaré, bairro nobre de Santos, é também a queixa de que reside no Campo Grande, na Pompeia, no Gonzaga, no Centro e na Vila Mathias, e também no Gonzaguinha, no Itararé e na Vila Valença, em São Vicente, e também na Enseada e em Pitangueiras, em Guarujá. Em outras palavras, furtos e roubos estão disseminados por toda a região, nem sempre implicam em uso de arma de fogo ou violência física, mas representam um tipo de violência que se perpetua, se multiplica e quase se torna endêmica.


O risco de autoridades e a própria comunidade enxergarem como ‘normais’ episódios assim é, justamente, normatizar algo que precisa ser combatido tanto quanto o tráfico de drogas, as facções criminosas e a violência doméstica. Ocorre que, por esse comportamento e pelo descrédito da população na punição aos criminosos e recuperação dos bens roubados, muitos munícipes acabam não fazendo o registro do boletim de ocorrência e, às vezes, sequer chamam uma viatura policial. Esse é exatamente o caso do bairro Embaré, em que a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma não ter registro de todos os casos. O que não se mede não se combate, então, é imprescindível que as vítimas de furtos e roubos façam o registro da ocorrência e acompanhem a investigação e a providência adotada pelo Estado e também pelas prefeituras, na figura de suas guardas municipais. Câmeras de monitoramento existem para isso mesmo, identificar rostos e formas de agir.


Outra ferramenta importante no contexto dos crimes de roubo e furto são os grupos de Vizinhança Solidária, agrupamento de moradores com apoio da Polícia Militar para monitoramento de riscos potenciais, atitudes suspeitas e elucidação de casos. Na Baixada Santista, muitos bairros já contam com esse apoio, que funciona bem na mobilização da comunidade e no senso de pertencimento que ela ganha na cobrança de providências para melhorar o ambiente coletivo.


Associações de bairro e conselhos comunitários de segurança têm papel fundamental na busca pela paz no ambiente urbano, mas é preciso que cada indivíduo faça sua parte nessa jornada.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter