Corrida eleitoral

A pandemia do coronavírus tornou o ano eleitoral uma incógnita, de resultados imprevistos após o segundo turno, em novembro

Por: Da Redação  -  20/09/20  -  10:15

Terminado o prazo para a realização das convenções partidárias, já é possível ter um cenário mais definido de como será a disputa eleitoral deste ano para os executivos e legislativos municipais. Na Baixada Santista, segundo apurado por A Tribuna junto a dirigentes municipais e coordenadores regionais das legendas, serão 81 candidatos a prefeito nos nove municípios da região, um aumento de 37,28% em relação a 2016, quando os atuais ocupantes do cargo foram eleitos. O passo seguinte, agora, é registrar as candidaturas, o que deve ocorrer até dia 26.


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As eleições deste ano ocorrem em um ano atípico, em meio à pandemia do coronavírus, quando os debates políticos cederam espaço, ao longo dos últimos meses, a notícias sobre a doença, número de mortes e contaminados. O tema político perdeu protagonismo no cotidiano do eleitor a ponto de se duvidar se haveria, mesmo, a eleição deste ano.


Ainda que o primeiro turno tenha sido postergado para 15 de novembro, ainda há a dúvida se haverá a adesão maciça do eleitorado, especialmente daqueles do grupo de risco, como os que têm mais de 60 anos. Só em Santos, os maiores de 60 anos totalizam 103 mil pessoas, e como a legislação desobriga maiores de 70 a votar, é possível que a abstenção seja maior este ano dentro desse grupo. Votar significará sair de casa e expor-se a um eventual risco de contaminação.


Pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT) sobre o quadro eleitoral em Guarujá, por exemplo, identificou que 6,4% do total de eleitores afirmou que não irá votar com certeza, e 18,5% disseram que ainda não definiram se sairão de casa para exercer esse direito.


O tempo de campanha no rádio e na televisão é curto, de 9 de outubro a 12 de novembro, o que exigirá criatividade e assertividade dos candidatos, especialmente dos que disputam o cargo pela primeira vez ou estão sem mandato. Segundo especialistas na área digital, a pandemia do coronavírus fez crescer o tempo de exposição das pessoas a canais digitais e redes sociais, o que tornará a campanha nesses meios mais próxima e direta.


Por outro lado, é expressiva a aversão que muitos brasileiros desenvolveram pelo tema política, especialmente em função das disputas explícitas entre os governos federal e estaduais. Pesquisa feita por uma consultoria em mídias sociais identificou que 18% dos internautas adquiriram rejeição a noticiário político durante a pandemia, o que pode elevar o total de eleitores que votarão em branco ou anularão o voto.


O cenário, portanto, está posto e qualquer previsão de como será a disputa, as composições e os resultados após o segundo turno é mera especulação. Ao eleitor que já desenvolveu consciência política e sabe da importância do voto, cabe se apropriar de todas as ferramentas - especialmente as digitais - para fazer a melhor escolha.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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