Solução para a ponte em SV

Mais do que a disputa retórica e acusações recíprocas, é preciso ter maturidade e responsabilidade em torno da questão

Por: Da Redação  -  10/12/19  -  10:31

A interdição da Ponte A Tribuna (Ponte dos Barreiros) tem provocado grandes transtornos para a população que vive na Área Continental de São Vicente. Cerca de 150 mil pessoas passam por ela, obrigadas agora a percurso ampliado por Praia Grande, com grande perda de tempo, ou precisam caminhar, todos os dias, os 600 metros da estrutura deteriorada.


A interrupção do tráfego, determinada pela Justiça com base em laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), tem fundamento, embora haja controvérsias técnicas sobre a possibilidade de liberação da passagem de veículos, com restrições de peso e velocidade.


Independentemente do desfecho sobre a liberação ou não do trânsito na ponte, ainda que parcial e limitada, é evidente a urgência de solução definitiva. A obra esbarra no alto custo e na definição dos responsáveis por ela, mas é preciso encontrar, rapidamente, saída viável para o grave problema de mobilidade urbana.


No último domingo, o governador João Doria (PSDB) garantiu o custeio de 50% da intervenção, mas não evitou críticas ao prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB), afirmando que a ponte é responsabilidade municipal, e não há sentido em “empurrar” a questão para o governo do Estado ou para a União, tratando o caso como irresponsabilidade e falta de atitude.


É positivo que o Governo Estadual sinalize com participação no pagamento de parte das obras. Mas é sabido que a prefeitura não tem condições de arcar com a outra metade dos custos. Faz sentido, portanto, a intenção de Gouvêa em buscar financiamento que permita a contrapartida necessária à reforma.


Nesse sentido, o diálogo é o melhor caminho. Prefeitura e Governo do Estado devem se entender, e viabilizar a reforma da ponte: destaque-se que são necessários projetos (ainda não desenvolvidos), e é preciso elaborar o orçamento da obra. Até agora, não houve indicações sobre as características da recuperação necessária e do efetivo custo, de modo a balizar as negociações sobre o seu custeio. A Prefeitura fala em buscar recursos por meio de empréstimo, mas não se sabe qual o montante necessário para que a obra seja executada.


A Ponte dos Barreiros não é uma ligação exclusivamente municipal, uma vez que há a previsão da passagem por ela do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que é projeto metropolitano, cujas obras estão a cargo do Estado. Mais do que a disputa retórica, e acusações recíprocas, é preciso ter maturidade e responsabilidade em torno da questão: a administração municipal de São Vicente e o Governo do Estado precisam sentar-se à mesa, discutir alternativas e soluções, e implementá-las no menor prazo possível. A população que sofre as consequências da interdição da ponte merece esse tratamento, e não deve ficar exposta à inércia das autoridades em relação ao problema.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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