Retomada do VLT e seu potencial

O transporte público sobre trilhos, mais sustentável e espaçoso, está bem relacionado ao novo normal

Por: Da Redação  -  10/07/20  -  13:01

O começo das obras da segunda fase de expansão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Santos é uma ótima notícia em tempos de pandemia com uma recessão em desenvolvimento. A começar pela retomada de um projeto que prevê um total de três etapas, considerando que o Brasil tem um histórico de obras abandonadas e muito desperdício de dinheiro público. Além de gerar empregos devido aos trabalhos da empreiteira Queiroz Galvão nos próximos 30 meses, o VLT vai modernizar a mobilidade urbana santista e ao mesmo tempo estimular o fluxo de passageiros ao Centro Histórico. 


A região central santista conta com um programa de estímulo fiscal para atrair prestadores de serviços que, por si só, é insuficiente para atrair escritórios. É preciso haver investimento na infraestrutura local, sendo o componente do transporte um dos principais gargalos para a recuperação econômica do Centro. Restauração e viabilidade dos prédios antigos, modernização das vias públicas, mais segurança e instalações de atrações turísticas e comerciais, no nível do Museu do Café, também são outras urgências. 


Com o VLT, haverá mais conforto aos usuários assim como deverá reduzir a necessidade de circulação de ônibus e automóveis por um dos corredores mais importantes da Cidade, a Avenida Conselheiro Nébias. Desta forma, o transporte público sobre trilhos, mais sustentável e espaçoso, está bem relacionado ao novo normal, de preocupação com a saúde nas aglomerações e com a qualidade de vida. 


O custo do VLT é elevado. Apenas nesta fase o Governo do Estado investirá R$ 217,7 milhões, que serão empregados ao longo de oito quilômetros de extensão, entre a Avenida Francisco Glicério e o Valongo, no Centro. O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) sinalizou com a revitalização do Centro. 


Por outro lado, espera-se que o empreendimento seja implantado no prazo previsto – ele deveria ter sido anunciado no início do ano – e sem as disputas judiciais que marcaram a execução da primeira fase ao longo da Avenida Francisco Glicério. Afinal, os atrasos na realização de obras são regra no País, resultando em mais gastos de recursos públicos.


O VLT ainda tem uma terceira fase a ser implantada na Área Continental de São Vicente, entre os terminais Barreiros e Samaritá. Hoje já está em operação o trecho entre Barreiros e o Terminal Porto, em Santos. É importante que todo o projeto seja logo concluído para beneficiar quem mais precisa, que é a população que em tempos normais enfrenta ônibus superlotados e sem conforto. 


Se antes da pandemia a capacidade do setor público para investir era ruim, agora, a situação piorou. Porém, é fundamental que as autoridades da região mantenham um cronograma consistente de obras públicas para ser cumprido nos próximos anos, assim como canais para a captação de recursos.


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