PDZ e o futuro do Porto de Santos

Plano prevê medidas que permitirão o aumento de 49% na atual capacidade do complexo santista, chegando a 240,6 milhões de toneladas em 2040

Por: Da Redação  -  19/02/20  -  09:39
Atualizado em 19/02/20 - 09:43

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) apresentou uma proposta para um novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos. Nele, estão diretrizes que visam planejar sua expansão pelos próximos 20 anos. A expectativa é que a movimentação de cargas cresça 58%, atingindo 214,9 milhões de toneladas. E para atender essa demanda, o plano prevê medidas que permitirão o aumento de 49% na atual capacidade do complexo santista, chegando a 240,6 milhões de toneladas em 2040.


Alguns pontos merecem destaque no PDZ. Um deles é a intenção de compatibilizar as atividades do cais santista com as políticas e diretrizes de desenvolvimento social, econômico, urbano e ambiental. Nesse sentido, ganha importância a proposta de concentrar a operação de cargas semelhantes em regiões específicas (a chamada clusterização), garantindo maior eficiência nas operações e reduzindo conflitos urbanos.


Os terminais de graneis sólidos vegetais seriam agrupados na região da Ponta da Praia, e os de celulose em área contínua, a partir do Macuco, enquanto os terminais de contêineres estariam, na margem direita (Santos), na região do Saboó e Alemoa. É prevista ainda a realocação de famílias que vivem em área invadida na margem esquerda, em Guarujá, na Prainha, o que permitiria seu uso para finalidade portuária, com ganhos sociais e econômicos importantes.


O PDZ contempla ainda o incremento do modal ferroviário, sendo previsto que 86 milhões de toneladas de mercadorias sejam movimentadas por trens. Entre as obras previstas, está a construção de viadutos e pátios ferroviários, além da adoção do frete de retorno para o transporte de fertilizantes que saem do Porto de Santos em direção às regiões produtoras, após descarregam grãos para embarque no cais santista.


As previsões de crescimento são expressivas, principalmente quanto à movimentação de contêineres, cuja capacidade seria ampliada, até 2030, em 64%, fato que, se concretizado, representará importante avanço no complexo santista. 


O plano indica a implantação de novo terminal de passageiros no Valongo, no Centro Histórico. Embora não haja detalhes sobre a ocupação da área entre os Armazéns 1 ao 8, essa iniciativa é positiva, com acesso mais fácil, além de evitar conflito com a movimentação de grãos e fertilizantes, como acontece com a atual estação, administrada pela Concais.


Planos são necessários e organizam a ocupação e expansão de áreas públicas. As linhas gerais da proposta do novo PDZ, que tardou em ser elaborado (o atual é de 2006), são corretas. Os objetivos são apresentados e devem nortear as ações, como arrendamentos e concessões de áreas, além de programar investimentos. Espera-se que o diálogo em torno dele prossiga, e que possa criar condições para o desenvolvimento do Porto.


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