Paralisação e retomada

Panorama Econômico Mundial, divulgado pelo FMI, traz projeções sombrias e negativas para a economia mundial em 2020

Por: Da Redação  -  20/04/20  -  13:40
Atualizado em 20/04/20 - 14:03

O Panorama Econômico Mundial, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), traz projeções sombrias e negativas para a economia mundial em 2020. A pandemia do novo coronavírus é responsável pela queda, que será a maior desde a Grande Depressão de 1929.


O PIB global, que cresceu 2,9% em 2019, deve recuar 3%, com redução muito expressiva nos países ricos (-6,1%), destacando-se entre eles os Estados Unidos (-5,9%), a Espanha (-8%) e a Itália (-9,1%), os mais atingidos pelo avanço vertiginoso da Covid-19.


O resultado global não será tão ruim em função da China e Índia, que, apesar de sofrerem os impactos da atual crise, deverão crescer 1,2% e 1,9%, respectivamente, neste ano. São números, porém, muito inferiores aos registrados em 2019, quando o PIB chinês aumentou 6,1% e o indiano 4,2%.


Outros países emergentes, como a África do Sul e o México, terão perdas muito expressivas (-5,8% e -6,6%, respectivamente). As estimativas do FMI para o Brasil também são negativas. O PIB nacional deve recuar 5,3%, maior do que a média da América Latina (-5,2%). A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou, embora sem dar maiores detalhes, que o Brasil, além da Covid-19, vem sendo atingido por “vários choques”, com problemas de crescimento que vêm desde antes da pandemia.


Os números do FMI não surpreendem. Diante da paralisia global, a crise atual é denominada de “Choque do Grande Confinamento”, que trouxe consequências sem precedentes, em razão de três fatores combinados: a duração do choque (embora ainda imprevisível, se alongará no tempo); o alto nível de incerteza reinante; e os desafios que são colocados aos governos nacionais.


O FMI é claro nas respostas necessárias: medidas fiscais, monetárias e financeiras substanciais, direcionadas para manter os laços econômicos entre trabalhadores, empresas e credores, conservando a estrutura financeira e econômica da sociedade.


Diante da gravidade da situação, é preciso lembrar que a Depressão de 1929 foi ainda mais dura: a contração da produção mundial ficou em torno de 10%, e as economias avançadas tiveram queda de16%, bem acima da previsão para 2020. O mundo, porém, recuperou-se, apesar de enormes perdas.


Nesse sentido, as projeções do FMI trazem algum alento e otimismo: para 2021, a estimativa é que o PIB global avance 5,8%, compensando, com folga, o tombo da atual crise. No cenário desenhado, os países ricos crescerão 4,5%, a China retomará o vigor de anos anteriores, com o PIB aumentando 9,2%, acompanhada pela Índia (+7.4%). O Brasil também não ficaria muito atrás, com crescimento econômico de 2,9%. Ainda é prematuro para ter certeza desses números, mas é importante trabalhar nessa perspectiva: 2021 será um ano de retomada em todo o mundo.


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