Otimismo na Bolsa

É cada vez mais claro que há um futuro saudável do investimento no país, que exigirá nova postura e atitude das pessoas para lidar com essa realidade

Por: Da Redação  -  09/12/19  -  17:35

Nesta semana, o Ibovespa teve alta significativa. As turbulências internacionais foram amenizadas pelo possível desfecho favorável nas disputas comerciais dos Estados Unidos com a China ainda este ano, e pesou também o cenário interno, com boas notícias sobre o crescimento econômico no terceiro trimestre de ano e expectativas mais otimistas para 2020. O resultado foram novos recordes no índice, que superou 110 mil pontos no fechamento de vários pregões da semana.


É importante destacar o cenário positivo que está projetado para o próximo ano. As principais instituições financeiras que operam no mercado apontam alta expressiva, com chance que o Ibovespa alcance, no fim de 2020, até 150 mil pontos.


Esta é a expectativa mais otimista que, se concretizada, representará elevação de 36% em relação aos atuais níveis. Mesmo as projeções mais conservadoras, que esperam 125 mil pontos, representam ganhos da ordem de 14%, bastante significativos em cenário de baixa rentabilidade das aplicações tradicionais.


Em 2019, a maioria dos analistas esperava que o Ibovespa atingisse 120 mil pontos, mas é reconhecido que, com o ambiente no exterior ainda muito avesso ao risco e sem grandes impulsos no mercado interno, tal nível não deverá ser atingido. Mesmo assim, a Bolsa de São Paulo já teve, até agora, forte valorização em 2019, que chega a 24%.


Espera-se a expansão do lucro das empresas do Ibovespa para o próximo ano, que pode chegar a 22%. Dessa forma, a relação entre preço e lucro por ação projetada em 12 meses (P/L) será ampliada para 13 vezes, em função da menor percepção de risco dos investidores (a média histórica do Ibovespa é 12 vezes).


O cenário fica ainda mais favorável quando se considera o crescimento do PIB nacional em 2020 - 2,22%, segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central. Se neste ano, com atividade econômica menor, a Bolsa cresceu mais de 20%, justificam-se as apostas de sua expansão ainda mais significativa nos próximos doze meses.


É positivo que a Bolsa de Valores concentre investimentos e traga bons resultados. São aplicações financeiras em empresas, ou seja, na produção, capazes de gerar empregos e renda. Até hoje, os recursos eram canalizados para investimentos conservadores, consequência da inflação mais alta, que fazia com que eles fossem bem remunerados no mercado de títulos públicos.


Bolsa traz, porém, riscos. Pode oscilar ao longo do ano, em função de eventos nacionais e internacionais e não deve ser vista como oportunidade para ganhos especulativos. No caso de novos investidores, exige paciência, prudência, calma e assessoria adequada.


Mas é cada vez mais claro que esse é o futuro saudável do investimento no País, que exigirá nova postura e atitude das pessoas, das empresas e do próprio governo, para lidar com essa realidade.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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