O Turismo na pós-pandemia

Há um expressivo contingente de pessoas que deixarão de viajar para fora do Brasil, uma oportunidade para a Baixada Santista

Por: Da Redação  -  14/06/20  -  12:54

Em meio à euforia provocada pela retomada gradual das atividades econômicas Brasil afora, um setor, em especial, parece encolhido na introspecção, contabilizando prejuízos e lamentando, legitimamente, a perda de relevância neste momento: o Turismo.


De fato, a pandemia do coronavírus já fez o setor acumular perdas de R$ 88 bilhões em faturamento, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A expectativa de demissões até o final deste mês é de 727 mil postos. Com as medidas de isolamento social, fechamento de fronteiras e restrição à circulação de pessoas, as atividades turísticas sofreram maior impacto que as demais, e na ordem da retomada, está ainda longe de figurar na lista dos setores autorizados a funcionar.


Importante destacar que o turismo gera oportunidades de negócio tanto para grandes conglomerados (companhias aéreas, redes hoteleiras, empresas de cruzeiros) quanto para pequenos empreendimentos, sejam agências de viagem locais, pousadas, restaurantes e o comércio em geral, incluídos também os shoppings. Para todos eles, a receita depende do interesse dos visitantes, e é nesse ponto que a pandemia do coronavírus se diferencia de outros fatores.


Já há um consenso de que o turismo internacional será fortemente impactado, não só pelo fechamento de fronteiras até que a segurança sanitária se restabeleça, como também pelo receio das pessoas em se arriscarem longe de seus países. A expectativa, portanto, é que a retomada deva se iniciar com viagens essenciais e familiares, e com o fortalecimento do turismo doméstico.


Está aí a oportunidade para que regiões como a Baixada Santista, que tem no turismo um de seus pilares econômicos mais fortes, se projete para os demais estados como um dos principais destinos, com boa infraestrutura, belezas naturais, atrativos culturais e históricos, rede hoteleira adequada e diversidade gastronômica.


O desenho otimista desse cenário depende, porém, de alguns fatores. O primeiro deles é a união do trade (hotelaria, gastronomia, agências de receptivo e os convention bureaus) e a formulação de um plano de ação, com foco, público-alvo e ações agressivas de marketing.


Para além dos turistas que normalmente já escolhem destinos domésticos, há agora um grande contingente de famílias que tinham como primeira seleção as viagens internacionais. São pessoas de classe econômica mais elevada, e que podem se sentir atraídas por explorar outros destinos dependendo do que lhes for embalado e apresentado.


Este é o momento de tratar a Baixada Santista como um produto turístico de qualidade, pronto para receber novos visitantes, ávidos por consumir bons hoteis, boas comidas, bons roteiros, boas experiências. Esse cenário só será possível com o setor assumindo seu papel de protagonista, caminhando com as próprias pernas, já que os cofres públicos sairão bastante combalidos dessa pandemia.


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