O papel de cada um

2021 será um ano diferente. É preciso que o eleitor entenda que seu papel na vida de uma cidade não termina na eleição

Por: Da Redação  -  09/11/20  -  10:18

Mais de 3 mil candidatos nos nove municípios da região estarão com seus nomes e fotos inseridos nas urnas eletrônicas no próximo domingo. Eles disputam o voto de 1,3 milhão de eleitores. São 80 candidatos aos executivos municipais e 2.956 aos legislativos, números superlativos e que tornam as escolhas desafiadoras. Quem já ocupa um cargo e disputa a reeleição tem, é preciso admitir, mais chances do que os estreantes, que colocam seus nomes à disposição do processo eleitoral e, muitas vezes, gozam de ínfimo tempo na propaganda eleitoral gratuita.


A eleição deste ano é atípica e ocorre em meio a uma pandemia cujas consequências, a médio e longo prazos, ainda são desconhecidas. Vive-se, além disso, na iminência de ver replicado aqui o cenário que já assombra países da Europa, com a segunda onda fazendo novas vítimas.


O número de eleitores que efetivamente comparecerão às urnas deve ser menor este ano, especialmente entre os que têm mais de 70 anos, cujo voto não é obrigatório e, talvez por isso, optem por abrir mão do voto em benefício do resguardo.
Nebuloso também é o cenário que se desenha para os próximos anos, e não apenas na região, mas no País e no mundo. A pandemia alargou a distância entre ricos e pobres, esvaziou o caixa dos governos e freou ou dizimou alguns setores da economia. A Baixada Santista foi fortemente impactada, notadamente no comércio varejista, que dispensou centenas de trabalhadores no decorrer da pandemia e, embora preveja aumento de 5% nas vendas neste final de ano, não dará conta de readmitir tantos quantos foram desligados.


Todo esse cenário peculiar e ímpar exige ainda mais compromisso dos que saírem vitoriosos desta eleição. Prefeitos eleitos terão pela frente o desafio de retomar projetos importantes que ficaram parados, assegurar educação e saúde aos que perderam emprego e, acima de tudo, articularem-se de forma adequada para que recursos provenientes do Estado e da União não sejam dispensados por falta de tecnicidade em suas propostas. Como região metropolitana há quase 30 anos, a Baixada Santista precisa, mais do que nunca, de força e sinergia regionais.


Aos parlamentares que assumirem as câmaras a partir de 1 de janeiro, o desafio é enxergar esse cenário e fazer uma legislatura propositiva, que efetivamente fiscalize o Executivo e proponha ações objetivas na direção de solucionar as questões desse novo cenário. Novos problemas exigem medidas criativas.


Por fim, o eleitor, elemento mais importante desse processo, onde tudo começa e tudo termina. Com a profusão de candidatos, difícil a tarefa de escolher. Mas uma vez escolhidos, que o eleitor entenda que a lição de casa vai além das urnas: é preciso ser ator participativo da vida cotidiana de sua cidade. 2021 será um ano diferente, então, que o cidadão se aproprie de seu verdadeiro papel.


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