A movimentação de cargas no Porto de Santos em 2019 teve pequeno crescimento de 0,6% em relação ao ano anterior. Foram 134,010 milhões de toneladas, correspondendo a exportações de 94,355 milhões de toneladas e importações de 39,655 milhões de toneladas.
Os números mostram estabilidade, especialmente nas cargas exportadas, que praticamente repetiram a quantidade embarcada em 2018. Analisando a última década (2010-2019), nota-se que houve expansão de 39,6% na movimentação de cargas no complexo portuário santista, mas com variações ao longo do período. Em 2010, no auge do boom das commodities no mercado internacional, e quando o PIB nacional teve crescimento recorde de 7,5%, a alta no Porto de Santos foi de 15,4% em relação ao ano anterior.
O aumento continuou nos anos seguintes - em 2012, a movimentação superou pela primeira vez 100 milhões de toneladas - com variações anuais expressivas: elevação de 7,6% entre 2011 e 2012, e de 9,1% entre 2012 e 2013. A crise econômica, combinada com retração nas importações de commodities, teve consequências: em 2014, a movimentação recuou 2,6%, e o mesmo acontecendo entre 2015 e 2016 (queda de 5,1%). A recuperação veio em 2017, quando a movimentação chegou a 129,865 milhões de toneladas (alta de 14,1%). De lá para cá, o volume de exportações e importações se mantendo, sem grandes saltos (elevação de 2,5% em 2018 e 0,6% em 2019).
O panorama internacional não tem sido favorável: no ano passado, as exportações de soja, que representaram 26,6% do total embarcado, recuaram 6%, o mesmo tendo acontecido com o açúcar, cujo peso é de 15% na quantidade exportada pelo Porto, com queda de 5,5%. No caso da soja, deve ser considerado que o produto vem sendo escoado pelos portos da região Norte, e isso deve se acentuar com a Ferrovia Norte-Sul.
O milho foi o grande destaque em 2019, com crescimento de 31,1% em relação ao ano anterior, atingindo 16,5 milhões de toneladas (17,5% do total exportado). Também o café avançou, com alta de 85,4%, mas ele representa apenas 2,4% das cargas que foram embarcadas.
Os dados mostram certa frustração nas expectativas otimistas de movimentação, e apontam que há grandes desafios para o Porto de Santos. Ele é o maior porto da América Latina, e não tem essa condição ameaçada em curto prazo. Mas é preciso discutir e planejar o seu futuro, diante das possibilidades logísticas para a produção agrícola da região Centro-Oeste e a instabilidade do mercado internacional de commodities. A exportação de cargas com maior volume agregado não tem avançado, e não houve, em 2019, elevação da movimentação de contêineres, que recuou 0,3% em unidades e cresceu apenas 1,0% em TEUs (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés).
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