Será lançado nesta terça-feira (20) à noite, no Teatro do Sesc, o movimento Baixada Viva, cujo objetivo é a promoção do desenvolvimento da Baixada Santista. Reunindo diferentes entidades e associações – empresariais, ONGs, movimentos da sociedade civil, além de universidades e políticos de todos os partidos – busca-se, a partir da união e do trabalho conjunto, indicar caminhos e oportunidades capazes de possibilitar a retomada do crescimento da região, gerando empregos e renda, e com isso melhorar a qualidade de vida de todos.
A iniciativa é inédita e merece atenção. A paralisia econômica regional é fato – basta notar as elevadas taxas de desemprego nos municípios da Baixada Santista, cuja recuperação segue em ritmo muito mais lento do que a do País, ou a perda de espaço da região no PIB estadual, como demonstrado em dados recentes da Fundação Seade, a exigir reação, que deve resultar de amplo processo de mobilização.
Alguns pontos, entretanto, merecem atenção. O primeiro deles diz respeito ao diagnóstico da atual situação: é preciso levantar dados que possam embasar propostas e ações que se pretendem empreender. Não basta afirmar, com veemência, que a Baixada Santista precisa de verbas e políticas de desenvolvimento, diante de um quadro agudo de estagnação econômica. É fundamental apontar, em detalhes, os números que confirmam essa situação, e indicar, com base em estudos consistentes, as oportunidades que podem ser aproveitadas nos próximos anos.
Tal trabalho já foi iniciado, e está a cargo do conjunto das faculdades e universidades da região. Espera-se que ele seja realizado de modo objetivo e rápido, com o rigor necessário, para que possa representar o ponto de partida da mobilização a se iniciar. Não se trata, porém, de levantamento meramente acadêmico: ele deve ter caráter prático, lidando com a realidade e oferecendo alternativas de curto e médio prazos.
Não basta o diagnóstico: é preciso divulgá-lo de modo amplo, discutir os pontos levantados, fazer com que todos sejam informados e tenham consciência sobre o que pode e deve ser feito. A comunicação, portanto, é decisiva para o avanço do movimento. E ele não deve deixar de assumir-se como político – não partidário e alinhado com qualquer corrente ideológica, é evidente – de modo a cumprir seus objetivos.
Deve, sim, ter a finalidade de levar às autoridades estaduais e federais os planos e propostas, formulados a partir do diagnóstico inicial, e exigir delas respostas e ações concretas. E não pode deixar de lado que não é suficiente o crescimento econômico: na realidade, ele deve ser a mola propulsora da inclusão social e do atendimento das carências das populações mais pobres, que reivindicam saúde, educação, transporte, habitação, saneamento, e principalmente, empregos dignos, com justa remuneração.