Menos alunos

Número de alunos matriculados no Ensino Médio na região caiu cerca de 9,29% entre 2013 e 2018

Por: Da Redação  -  02/02/20  -  11:50
Atualizado em 02/02/20 - 12:03

O número de estudantes matriculados no Ensino Médio na Baixada Santista caiu 9,29% entre 2013 e 2018, recuando de 71.899 para 65.283. Esse não é um fenômeno isolado: em todo o País, no mesmo período, a queda foi ainda mais acentuada, de 13,31%, com o número total de alunos matriculados passando de 8,1 milhões para 6,1 milhões.


Uma das primeiras explicações para a redução ocorrida seria a evasão escolar. Destaque-se que, entre 2014 e 2016, o País (e a Baixada Santista, em particular) viveu os efeitos de profunda crise econômica, que aumentou o desemprego e reduziu a renda das famílias, o que poderia ter contribuído para que crianças deixassem as escolas, mesmo quando cursando instituições públicas e gratuitas. Os dados do Censo Escolar do Inep mostram, entretanto, que diminuiu o número de alunos que abandonaram o Ensino Médio entre 2013 e 2018, passando de 2.677 para 1.758, considerando os nove municípios da região.


O fator preponderante é a mudança do perfil demográfico da população. Nota-se que a quantidade de pessoas entre 11 e 19 anos na Baixada Santista baixou em 6,42% no período. Há, portanto, menos crianças e jovens entre os moradores das cidades, com um envelhecimento progressivo da população. Esse movimento tende a aumentar nos próximos anos, uma vez que as famílias têm cada vez menos filhos, e, assim, será gradualmente reduzida a pressão por mais vagas nas escolas dos níveis Fundamental e Médio. Isso não deve significar, porém, a redução das verbas e do orçamento da educação pública. Ao contrário, abre-se janela de oportunidades, autêntico bônus demográfico, que permite maiores investimentos per capita na área.


É amplamente reconhecido que o ensino, de maneira geral, está deficiente no País, como atestam testes internacionais, como o Pisa, que mede o desempenho de jovens de 15 anos em leitura, Matemática e Ciências, no qual o Brasil ocupa as últimas posições.


As classes podem diminuir e até algumas escolas serem fechadas, como já está acontecendo. No plano estadual, houve reorganização geral do sistema, com fim de algumas unidades e alterações nos ciclos atendidos, mas abrem-se oportunidades cada vez maiores para que escolas ofereçam o chamado ensino integral, com a permanência dos alunos por oito horas, nos períodos da manhã e tarde. Isso, combinado com a reforma dos currículos, que é proporcionada pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC), pode significar melhora sensível no aprendizado em geral.


O desafio é avançar na qualidade do ensino brasileiro. Todos devem acessar a escola na idade correta e permanecer nela até a conclusão dos ciclos. Mas é preciso que saiam preparados para a vida, com sólida formação, que só será alcançada com professores treinados e bem remunerados, o que exige investimentos significativos. 


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