Mais investimentos externos

É inaceitável que não se possa atrair mais investimentos ao setor petrolífero na Baixada Santista

Por: Da Redação  -  15/07/20  -  12:00

Apesar da pandemia concentrar as atenções do setor público, o Governo do Estado acerta ao retomar a agenda de captação de investimentos internacionais para São Paulo. Com o trunfo de comandar um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o governador João Doria fez uma série de viagens ao exterior, da Europa à Àsia, para contatos empresariais. O dado oficial é que as dez missões internacionais realizadas no ano passado atraíram R$ 14 bilhões ao Estado. Porém, Doria terá que fazer muito mais para obter bons resultados especificamente para a Baixada Santista, assim como as autoridades regionais, ainda que às vésperas das eleições municipais, devem trabalhar arduamente para melhorar a viabilidade local aos empreendedores estrangeiros. 


A economia da Baixada tem dois vetores fundamentais, o portuário e o petroquímico, que movimentam uma cadeia de serviços, do comércio ao setor imobiliário, em toda a região. O portuário, neste momento, é beneficiado pela expansão do agronegócio, o que ameniza o impacto da pandemia nas demais categorias. Já o siderúrgico, a cada ano que passa, enfrenta os efeitos de profundas transformações desse mercado, A China atingiu uma produção colossal, o que derrubou os preços e dificultou a competição internacional, e houve o encolhimento da produção automobilística de São Paulo, o que reduziu as encomendas locais por aço. Em Cubatão, as demissões são uma fonte de preocupação. 


O petróleo surgiu como um terceiro braço econômico e trouxe investimentos à região, mas muito menos do que se esperava. O que se vê agora é que a Petrobras, com o profundo ajuste na gestão, concentra o máximo possível de seus custos no Rio de Janeiro, o que fez a região perder muitas oportunidades com a logística do pessoal do petróleo e a manutenção de navios. De qualquer forma, ainda há uma importante base administrativa da estatal em Santos e a região está de frente para um mar repleto de reservas – a parte sul da Bacia de Santos tem muito gás a ser explorado por petrolíferas estrangeiras. Por isso, é inaceitável que não se possa atrair mais investimentos desse setor para a Baixada. 


Apesar do tema ser captação de recursos externos para a região, o secretário estadual de Relações Internacionais, Júlio Serson, afirmou que o setor imobiliário tem grande potencial de crescimento para os próximos anos. O comentário talvez seja reflexo da ideia entre os construtores da Capital, em relação ao impacto do home office, que reduz a demanda por torres comerciais por lá, mas por outro lado gera novos negócios habitacionais – são moradias de alto e médio-alto padrões no entorno da Grande São Paulo, incluindo a Baixada Santista, para acomodar quem pretende ficar em casa para o teletrabalho. 
O que se conclui é que a pandemia não é apenas destruidora para a economia. Os empreendedores mais atentos e dispostos ao risco poderão ganhar com ela. 


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