Investimento estadual na região

Baixada Santista deve receber até R$ 300 milhões em 2020, sem contar as concessões e parcerias público-privadas (PPPs)

Por: Da Redação  -  15/01/20  -  09:52

Em entrevista a este jornal, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, estimou que os investimentos do governo estadual para a Baixada Santista devem chegar a R$ 300 milhões em 2020, sem contar as concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Os recursos estarão organizados em quatro eixos: mobilidade, turismo, segurança pública e saúde.


Afirmando que a região é fundamental para o Estado, Vinholi destacou que “vamos chegar neste ano a um número impactante de investimentos”. Trata-se de boa notícia, mas é preciso concretizá-la. Deve ser destacado que a Baixada Santista sofre há muito tempo com dificuldades: dados da Fundação Seade mostram que, no período 2002-2018, a região foi a que menos cresceu no Estado. Enquanto a média de crescimento do PIB estadual foi de 2,3% ao ano no período, aqui o resultado foi bem inferior: 1,4%.


Em 17 anos, o PIB regional avançou apenas 24,1%, e a perda de empregos e renda espelha essa realidade. Daí a importância de projetos de envergadura do Estado capazes de contribuir para reverter tal situação. A concessão de rodovias está definida, incluindo a Rio-Santos em Bertioga e a Padre Manuel da Nóbrega, no Litoral Sul, e, além de servir a mobilidade regional, traz boas perspectivas para o turismo.


São anunciados grandes investimentos da Sabesp (superiores a R$ 3 bilhões em prazo de até 30 anos) e espera-se que eles possam garantir a segurança hídrica na região, especialmente nos períodos de temporada de verão, além de permitir obras de coleta e tratamento de esgoto que ainda causam problemas de poluição nas praias.


A saúde é outra área prioritária. O governo anuncia a aplicação de mais de R$ 100 milhões no setor, com destaque para o Hospital Guilherme Álvaro, que deve se tornar referência cardiovascular, além de outros equipamentos, como o de Bertioga e o dos Estivadores, em Santos.


Anuncia-se ainda a privatização dos serviços de travessia de balsas, que deve ocorrer em 2020, que deve levar à sua melhoria, cumprindo assim a promessa do governador João Doria de garantir as melhores travessias marítimas do País.
Para que tudo isso se realize, é preciso reforçar e ampliar o papel das entidades metropolitanas – Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem) – para que possam, no âmbito de suas funções e responsabilidades, promover o necessário diálogo e entendimento entre o governo estadual e prefeituras municipais.


As promessas precisam se tornar realidade. A pressão da sociedade civil e dos deputados da região deve exigir do Estado ações firmes e consequentes. Elas não vieram, entretanto, no recente caso da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, revelando que há ainda muito a fazer para melhorar a relação Estado-Baixada Santista.


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