Hotéis em dificuldades

O setor turístico, não só os hotéis, precisa de apoio estratégico, na linha do que foi oferecido no início da pandemia

Por: Da Redação  -  16/12/20  -  10:07

Além da perda de vidas e sequelas à saúde, a covid-19 tem como efeito perverso destruir empregos e empreendimentos e desestimular o consumo, principal motor da economia brasileira. Nesse contexto, dos vários segmentos econômicos, a hotelaria se tornou um dos mais fragilizados. Para a Baixada Santista, tal impacto é o pior possível por se tratar de uma região turística e contar com uma numerosa mão de obra inserida nessa atividade, que é estratégica. Seu mercado de trabalho não depende de alta capacitação, como o da indústria e de serviços da área de tecnologia, portanto, dando vazão às necessidades de uma população carente. 


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Em entrevista na edição de ontem de A Tribuna, o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes (SinHoRes), Heitor Gonzalez, relata preocupação com o impacto do aumento da disseminação do novo coronavírus e da consequente regressão à fase amarela do Plano São Paulo, o programa estadual para combater a pandemia. 


A ideia do segmento era faturar, por questões sanitárias, com o estímulo às viagens de curta distância, atraindo turistas de regiões próximas. Como agora há muita incerteza, com a população sem saber se serão tomadas regras mais restritivas, fica a temporada ameaçada. As reservas para o Natal e Ano-Novo estão 50% menores em comparação às do ano passado, segundo Gonzalez, e a perspectiva de fechamento das praias acaba com o planejamento das famílias. Nessa campo, não há muito o que fazer se o limitador é a questão sanitária. Sem os cuidados determinados pela área médica, o risco é que a deonça atinja nível a ponto de inviabilizar a operação não só de hotéis, como dos varejistas e dos serviços, levando à recessão prolongada. 


Por isso, é muito importante que os representantes do setor mantenham contato constante com as autoridades para definir as melhores medidas. Como foi o caso do funcionamento das lojas, que teriam o horário reduzido e que no final das contas se concluiu, na ausência de estudo definitivo, que era melhor não fechar mais cedo para evitar aglomeração nas compras.


O foco dos governos é a vacina. Aliás, de uma forma desastrosa, o Ministério da Saúde ainda não tem a certeza de contar com um imunizante no curto prazo, pois o projeto de AstraZeneca/Oxford está atrasado na questão de sua viabilidade para a população idosa e a Pfizer enfrenta falta de insumos. Por sorte, o Governo do Estado está bem próximo de deflagrar a distribuição da CoronaVac, em meio a uma detestável disputa política com o Palácio do Planalto. 


Portanto, a vacina é a solução para a saúde e consequentemente a economia, mas o segmento turística, não só os hotéis, precisa de apoio estratégico, na linha do que foi oferecido no início da pandemia, com muito crédito. Talvez a escalada das infecções não se prolongue, mas se tratando de 2020, não se pode contar com a sorte. Pelo jeito, o próximo semestre será muito difícil também. 


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