Espécies ameaçadas

Estudo da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos aponta que de 500 mil a 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção no planeta

Por: Da Redação  -  08/05/19  -  21:29

Estudo da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês) apontou que de 500 mil a 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção no planeta. Trata-se do mais amplo relatório já realizado sobre o tema, que foi baseado em 15 mil artigos científicos, e contou com a participação de 145 especialistas de 50 países, além de outros 310 colaboradores.


O tema exige atenção de autoridades nacionais e internacionais e da sociedade em geral. O desaparecimento de espécies - de grandes mamíferos a anfíbios e recifes de coral - ameaça o futuro da humanidade, e o impacto negativo, segundo o estudo, se deve a quatro fatores principais: uso da terra e do mar, mudanças climáticas,poluição e espécies invasoras. O desequilíbrio causado pela extinção é séria ameaça à cadeia biológica no planeta, com consequências para a produção de alimentos e a qualidade de vida global.


Os cientistas alertaram governos e empresas de todo o mundo para que não impeçam reformas na agricultura, energia e mineração necessárias para salvar os ecossistemas da Terra. O problema é imediato e urgente: se nada for feito, muitas espécies serão extintas em poucas décadas. O quadro é alarmante, uma vez que até um milhão de plantas, insetos e animais correm o risco de desaparecer, de um total de oito milhões que atualmente existem.


A agricultura e a pesca industrial são os grandes vilões, tendo acelerado o ritmo de extinção, mas as mudanças climáticas, que têm aumentado a ocorrência de fenômenos extremos, como incêndios, desertificação de extensas áreas e tempestades e inundações em outras, respondem por parcela significativa da questão. A lista das espécies ameaçadas inclui mais de 40% dos anfíbios, quase 33% dos recifes de corais, tubarões e mais de um terço de todos os mamíferos humanos. Há menos pressão sobre os insetos, mas ainda assim estima-se que 10% deles poderão desaparecer.


A proteção à biodiversidade não é apenas uma questão de consciência ambiental ou respeito à vida de animais e plantas. É tema econômico, uma vez que envolve os ciclos produtivos do cultivo e da colheita, e pode significar drástica redução na produção de alimentos, de grãos a peixes. Daí a importância da reação, e as soluções passam por mudança de hábitos, comportamentos e maneiras como são feitos os negócios em todo o mundo.


A ação predatória sobre a natureza não leva em conta que o planeta é pequeno, seus recursos são limitados e finitos, e as atividades precisam ser reconfiguradas em nova perspectiva, com o desenvolvimento de novas formas de economia. Elas não devem considerar que o crescimento é um fim em si mesmo, e serem assim capazes de evitar os riscos existenciais causados pelos efeitos da poluição, pela destruição do habitat e pelas mudanças climáticas.


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