Coronavírus e confinamentos

A situação pode mudar nos próximos dias, em função da evolução dos casos confirmados. Mas é fora de dúvida que já foram alterados hábitos e comportamentos da população brasileira

Por: Da Redação  -  19/03/20  -  09:39

Não foram ainda determinadas medidas de confinamento no Brasil em razão da pandemia do coronavírus. A circulação das pessoas ainda é livre, o comércio, embora com restrições, funciona, e o Ministério da Saúde se declarou contrário ao fechamento das fronteiras do País.


A situação pode mudar nos próximos dias, em função da evolução dos casos confirmados. Mas é fora de dúvida que já foram alterados hábitos e comportamentos da população brasileira. Viagens foram canceladas, lojas registram movimento reduzido, bares e restaurantes devem ser cada vez menos frequentados, e cessaram, por completo, as atividades públicas de lazer e entretenimento, em cinemas, teatros e casas de shows.


As pessoas circulam menos pelas ruas das cidades, embora o trabalho nas empresas prossiga. Mas escolas e universidades interromperam suas aulas, e idosos com mais de 65 anos passam a trabalhar em casa, na modalidade home office. A concentração no transporte coletivo, foco de grande preocupação das autoridades de saúde, tem sido menor.


Os campeonatos de futebol foram suspensos, e até mesmo a gravação das novelas será interrompida, mudando a programação das emissoras de TV aberta nas próximas semanas. É situação inédita, mas necessária para que a propagação do vírus seja contida, evitando o contágio que pode atingir a todos, incluindo atletas e atores.


O momento exige alteração dos padrões de vida de todos. As pessoas precisam aprender a viver mais em casa, descobrindo novas atividades e interesses. É certo que a crise tem duração limitada, embora seja impossível de estabelecer quanto tempo ainda irá durar, mas será necessária boa dose de adaptação e criatividade para vencer esse difícil período.


A palavra-chave é responsabilidade. A ameaça do coronavírus é real, e milhares de pessoas irão adoecer, sendo registradas mortes, especialmente nos grupos de risco, formados por indivíduos idosos e com saúde debilitada. Não é razoável desdenhar o problema, como se ele não existisse, ou adotar procedimentos que possam colocar em risco outras pessoas.


Exige-se ainda solidariedade, especialmente para aqueles que mais vão sofrer com os efeitos da crise. Há idosos que vivem sozinhos, e vão enfrentar problemas psicológicos. Muitas mães terão dificuldades para cuidar dos filhos, diante do fechamento de creches e escolas. E muitos doentes dependerão de terceiros para comprar comida e obter remédios.


Daí a importância da formação de grupos de apoio, a exemplo do que aconteceu recentemente na região com as fortes chuvas que causaram deslizamentos em morros, com mortos, feridos e muitos desabrigados. Eles podem se organizar para cuidar das crianças, comprar produtos para idosos e doentes, ou levar conforto e carinho para os solitários, ainda que não em contato direto. 


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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