Clima e empresas

A questão das mudanças climáticas, com seus efeitos devastadores em várias regiões do mundo, como na Austrália, mostra que as preocupações não estão limitadas a grupos ambientalistas, cientistas ou acadêmicos

Por: Da Redação  -  18/01/20  -  19:46

O 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial, conduzido pelo grupo Marsh & McLennan e pela seguradora Zurich Insurance Group, junto com consultores da Universidade de Oxford, na Universidade Nacional de Cingapura e no Centro de Processos de Decisão e Gerenciamento de Risco Wharton da Universidade da Pensilvânia, trouxe novidades importantes. Pela primeira vez em dez anos, os cinco maiores problemas e ameaças globais, na opinião de 750 especialistas e tomadores de decisão globais, entre CEOs, representantes de governos e líderes de organizações multilaterais e acadêmicas, referem-se a eventos climáticos extremos.


A questão das mudanças climáticas, com seus efeitos devastadores em várias regiões do mundo, como na Austrália, mostra que as preocupações não estão limitadas a grupos ambientalistas, cientistas ou acadêmicos. O mundo empresarial, reunido em Davos neste mês, está atento ao tema, e reconhece que as alterações no clima são hoje grave ameaça às atividades econômicas no planeta.


No topo das preocupações estão eventos extremos, como inundações, incêndios e tempestades. Em seguida vêm as falhas nos atuais esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, que não têm avançado. Fecham a lista os grandes desastres naturais, como tsunamis, furacões e terremotos; a grande perda de biodiversidade e colapso do ecossistema; e os danos e desastres causados pelas atividades humanas.


Os líderes empresariais não descartam eventos nat<CW-15>urais, que sempre existiram, mas passam a considerar, de modo concreto e objetivo, que as mudanças climáticas, associadas ao aquecimento global, são consequência da industrialização e da emissão de gases de efeito estufa, provenientes dos combustíveis fósseis e da agricultura, com destaque para o manejo das florestas, que vêm sendo desmatadas em todo o planeta. Contrapõem-se, assim, ao negacionismo científico que alguns líderes mundiais ainda defendem, contrariando evidência</CW>s e estudos feitos nos últimos anos.


A pesquisa, segundo seus responsáveis, mostrou que o mundo chegou a um momento de mudança, e as discussões que acontecerão agora em Davos podem funcionar como gatilho para que todas as empresas comecem a se mobilizar em relação às mudanças climáticas e suas consequências econômicas e sociais, concluindo que “a forma de fazer negócios mudou e está mudando”.


O presidente do Fórum Econômico Mundial, Borge Brende, alerta especialmente para consequências das mudanças climáticas, tendo em vista que os últimos cinco anos estão no caminho para serem os mais quentes já registrados, com desastres mais intensos e frequentes. É importante tomada de consciência sobre o problema: afinal, há ameaças reais para perda de vidas, tensões sociais e geopolíticas, e impactos econômicos muito negativos.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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