Atividades turísticas em recuperação

Há ainda muitas dúvidas entre os empresários de como será o novo normal nas atividades turísticas

Por: Da Redação  -  15/08/20  -  11:50

>Assim como outros setores da economia, o turístico, mês a mês, se recupera da paralisação entre a segunda metade de março e abril, período de maior impacto do isolamento social. Segundo a pesquisa mensal de serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as atividades turísticas realizadas por empresas aéreas, hotéis e restaurantes cresceram 19,8% em junho, na comparação com maio. Trata-se do segundo registro para 30 dias positivo, indicando uma tendência de retomada para os próximos meses. Porém, na comparação com igual mês do ano passado, fica evidente o tombo sofrido por essas empresas – a queda é de 58%. A categoria também inclui os ramos de companhias de ônibus e bufês e outros negócios de comidas preparadas. 


A preocupação com as atividades turísticas, além de participarem de forma importante da economia da Baixada Santista, se deve à quantidade elevada de empregos que mantêm. É verdade que a média salarial é mais baixa que a da indústria ou de outros serviços, como os financeiros, mas sua capacitação também tem custo acessível. Além de sustentar muitas famílias, absorvem jovens em busca do primeiro emprego. 


Portanto, as atividades turísticas merecem uma atenção redobrada. Apesar das imagens com muitos frequentadores em regiões de bares e praias, a verdade é que a ocupação ainda é baixa a ponto de muitos empresários reclamarem que o movimento não cobre os custos da operação. Os que insistem no funcionamento trabalham com a expectativa de que as portas abertas acabem atraindo a antiga clientela aos poucos. 


O governo ofereceu linhas de crédito emergenciais e possibilitou suspensão de contratos de emprego, ao mesmo tempo em que esses trabalhadores receberam salário-desemprego no período. Além disso, o auxílio emergencial segurou as pontas de quem está na informalidade, condição muito comum em áreas turísticas.


Entretanto, fica a preocupação para os próximos meses, em que as portas já estão abertas ao mesmo tempo em que a pandemia continua registrando casos e matando doentes, ainda que em menor número. Assim, persiste uma parcela significativa da clientela indisposta a aglomerações, fundamentais para melhorar o faturamento. 


Há ainda dúvidas de como será o novo normal nas atividades turísticas. Ainda não se sabe como o turismo de negócios vai avançar frente ao uso de videoconferência pelas empresas. A economia com viagens e hotéis pelos executivos é um fator que está sendo considerado pelas companhias. O setor turístico, com exceção das aéreas, também enfrenta a desvantagem de não ter canais com os governos como, por exemplo, o industrial, que tem facilidade para clamar por programas de socorro. Mas os governantes precisam dar atenção a esses segmentos pela quantidade numerosa de empresas e empregos que eles movimentam. 


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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