Alerta na Itália

Epidemia de coronavírus tem ocupado menos espaço no noticiário internacional, mas seus efeitos ainda são muito preocupantes

Por: Da Redação  -  25/02/20  -  19:38

A epidemia de coronavírus tem ocupado menos espaço no noticiário internacional, mas seus efeitos ainda são muito preocupantes. O balanço na manhã de segunda-feira (24) mostrava que, na China, havia 77,2 mil pessoas infectadas, com 2.595 mortos. No restante do mundo, 2,1 mil casos tinham sido confirmados, com 24 pessoas mortas.


Na Coreia do Sul, mais 70 ocorrências do Covid-19 foram anunciadas na segunda-feira, elevando o número para 833, o maior fora da China, com sete mortos. A situação também preocupa no Irã, com 12 óbitos confirmados e 61 casos confirmados até segunda pela manhã.


Os efeitos econômicos causados pelo coronavírus começam a se intensificar: na China, empresas relatam dificuldades que têm levado a demissões de trabalhadores e atrasos no pagamento de salários. E deve ser levado em conta o peso chinês na economia global: ele representa hoje quase um terço do crescimento do PIB global, que era apenas 3% em 2000.


Fabricantes em todo o mundo estão ligados à China por redes de suprimentos que dependem de matérias primas locais que são exportadas para a produção de bens intermediários e acabados.


Em meio a preocupações e incertezas, a propagação do Covid-19 na Itália causou receios ainda maiores. A rapidez na evolução dos casos - após a confirmação que o vírus circulava no país na última quinta-feira, foram registrados, em apenas quatro dias, cerca de 200 casos positivos, com cinco mortos. As autoridades italianas não conseguiram identificar a origem do contágio, mas a epidemia já atingia ontem seis regiões do país.


Medidas restritivas foram adotadas pelo governo da Lombardia, onde vivem 10 milhões de pessoas, um quinto da população italiana. Foram suspensas atividades em todo o sistema de educação, do infantil ao pós-universitário, além de todas as formas de reunião em lugar público e privado, incluindo aquelas de caráter cultural, lúdico, religioso e esportivo.


Bares, discotecas, cinemas e teatros estão proibidos de funcionar após 18h, e houve bloqueios nas fronteiras. O temor é que a epidemia chegue agora, com força e intensidade, ao continente europeu.


Embora a letalidade do vírus seja comprovadamente baixa, provocando vítimas entre pessoas mais debilitadas, como aconteceu com idosos na Itália, não há mais dúvida sobre a força e rapidez de sua propagação, e são muito graves as consequências econômicas da sua presença. Haverá, sem dúvida, paralisação (ou pelo menos redução sensível) de atividades produtivas, com grande efeito no turismo, e o mundo tem que estar preparado para isso.


Não há razões para pânico, mas é preciso redobrar as medidas de controle e prevenção. Especialistas alertam que o ciclo da doença está em curso, e há fundadas razões para preocupação generalizada. A súbita e forte escalada do coronavírus na Itália espelha essa realidade.


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