Vão pagar o Auxílio-Emergencial pela metade

Depois de muita enrolação, anunciam que o Auxílio-Emergencial durará mais quatro meses, porém, pela metade

Por: Sergio Pardal Freudenthal  -  03/09/20  -  09:30

Depois de sapos e bodes, o desgoverno anunciou que o Auxílio-Emergencial irá mesmo “até o final do ano”, ou seja, mais quatro prestações. Porém, a proposta, que provavelmente será apresentada por medida provisória, é de 300 reais, a metade do valor que se pagou até agora.


Lembrando que a ideia inicial foi de 200 reais, alcançando 600 através do Congresso, é bom ressaltar que tal valor não tira ninguém da miséria. O salário mínimo já está bem defasado, sem qualquer aumento real nos últimos anos, o Auxílio-Emergencial é um pouco mais do que a metade dele, e, nos próximos quatro meses, pagará a metade da metade. Querem uma reeleição bem barata.


Com mais de uma centena de mortos, a política econômica entreguista conduz o país a uma grave crise, lançando boa parte da população à miséria. Sem qualquer socorro à pequena e média empresa, com o sistema financeiro e bancário continuando a esfolar quem fica devedor, a redução do Auxílio-Emergencial torna iminente o caos social. O aumento da miséria não ajuda o desenvolvimento econômico que se promete.


Medida provisória precisa da aprovação do Congresso Nacional, cabendo modificações. Talvez se recomponha o valor de 600 reais, correndo o risco do veto presidencial e todo o desenrolar da coisa.


A pandemia apresenta necessidades prementes e talvez imprevisíveis, mas a crise econômica em que o Brasil se encontra independe dela; foi apenas acelerada.


Até a vacina, tudo representará riscos, não tem economia que se desenvolva. Sem garantias econômicas mínimas, a fome vai matar mais uma boa parte dos brasileiros. Mesmo fomentando a ignorância, não será por muito tempo que o povo será enganado.


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