Sem ilusões, porque por mais que as coisas estivessem ruins durante esse ano, se nada fizermos, ainda podem ficar piores.
Estamos quase alcançando um quarto desse novo século, e os retrocesso sociais são inegáveis. A pandemia bem demonstra o desmonte do Estado do Bem Estar Social pelo neoliberalismo. O Brasil, com um esquema de vacinação invejável, poderia ter respondido melhor, mas o desgoverno federal atuou contra a ciência o tempo todo.
Tanto na negação das vacinas quanto nas incertezas econômicas, sem garantias para os mais necessitados, o governo fez do Auxílio-Emergencial um jogo de obscuridades, piorando as condições econômicas dos que mais precisam.
Em catástrofes como a pandemia, apoio aos hipossuficientes e aos pequenos e médios comércios e indústrias é obrigação imediata da União. Da mesma forma, a campanha nacional de vacinação também seria sua obrigação. Ocorre que o desgoverno federal apostou em tudo que pode ser errado, contra a ciência e contra a civilização.
Apesar de tudo, o SUS e o INSS são os grandes heróis nacionais na luta contra a pandemia, e, estaríamos muito melhor houvesse um governo democrático e comprometido de verdade com as necessidades do povo.
A reconstrução econômica de nosso país dependerá da reconstrução do Estado Democrático de Direito, com também da recomposição do Direito Social, englobando o do Trabalho e o da Previdência Social. O desastre que o atual desgoverno busca é proposital. Apresenta proposta fascista, cultivando a ignorância, o medo e o ódio, culminando em atos de violência que temos assistido.
As dificuldades expostas pelo coronavírus são os resultados de mais de três décadas de neoliberalismo em todo o mundo. O Princípio do Não Retrocesso, defendido brilhantemente pelo jurista português J. Canotilho, está sendo descumprido em várias partes do mundo, exigindo mobilizações em defesa da civilização. Em nosso país, as violências contra os direitos dos trabalhadores extrapolam todas as regras de civilização.
Para o ano que vem, devemos sim acreditar e buscar muitas coisas. O vírus, com suas variantes assustando o Capital, impõe a solidariedade, e não é pela bondade humana, e sim pela necessidade de sobrevivência.
Pela civilização e contra a barbárie é o grande desejo para o ano que vem, no mundo todo. Saúde para todos!