Em busca da tão sonhada assertividade

Como em quase tudo na nossa vida, mas principalmente nas relações de trabalho, a palavra chave é equilíbrio

Por: Cida Coelho  -  06/09/19  -  12:57
  Foto: Reprodução

Responda rápido! Qual desses balões você usa mais na sua vida?


Você é do tipo que pensa muito e fala pouco? Ou você é do tipo que fala o que lhe vem à cabeça, na lata, e nem percebe quando grita? Ou será que você já alcançou aquele estado ideal de equilíbrio, de quem pondera antes de falar, mas fala o que precisa ser falado?


Não precisa responder agora. Imagine a seguinte situação de conflito: O chefe de João (nome fictício) pediu que ele cobrisse um turno em um horário para o qual ele não possuía  disponibilidade. Os horários de trabalho haviam sido previamente combinados e não previam turnos nesse período de tempo. João pode:


  1. Aceitar o turno, comprometendo suas outras responsabilidades (comportamento passivo)
  2. Recusar o turno e ficar nervoso, reclamando com o chefe pela quebra de acordo. (comportamento agressivo)
  3. Recusar o turno, informando o chefe que não tem disponibilidade, devido à outras responsabilidades. Reforçar que os horários combinados não previam esse tipo de modificações e oferecer soluções. (comportamento assertivo)
  4. Aceitar o turno, se for possível reorganizar seus outros compromissos. Deixar claro que está cancelando compromissos e que nem sempre essa ação será possível. Requisitar que, em situações futuras, você seja avisado com maior antecedência. (comportamento assertivo)

Parabéns se você conseguiu se enquadrar nos itens 3 ou 4! Ser capaz de expor e defender suas posições e seus pontos de vista sem se sentir constrangido e sem gerar constrangimentos é um sinal de amadurecimento e equilíbrio emocional. 


Na nossa cultura, algumas vezes a assertividade é confundida com agressividade, mas não deveria. Assertividade diz respeito à capacidade de expor e defender posições sem sentir ou causar constrangimentos. Geralmente a pessoa assertiva faz uma separação clara entre a razão e a emoção. Na Agressividade, a pessoa que fala desconsidera o interlocutor, colocando o foco na sua própria necessidade de extravasar, no mesmo pacote, razão e emoção. Já na Passividade ocorre o oposto: para evitar confrontos,  a pessoa cala,  desconsidera suas próprias necessidades e aceita o que é dito sem questionar.


Como em quase tudo na nossa vida, mas principalmente nas relações de trabalho, a palavra chave é Equilíbrio. Encontrar o ponto ideal  entre a omissão passiva e a imposição agressiva é um processo de construção. Não desanime! É errando, acertando, se reavaliando que descobrimos se estamos no caminho certo, e aos poucos, vamos nos tornando mais assertivos. Dá trabalho, mas vale a pena!


Agora, pode responder: que tipo de balão você mais usa no seu dia-a-dia?  O de pensamento, o de fala equilibrada ou o de grito?


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