De série em série: 'Solos' é aposta na Amazon com episódios individuais
Ficção científica aborda um futuro onde é possível se relacionar com outra versão de si mesmo
A Amazon tem feito apostas assertivas em seu catálogo, optando por séries procedurais (a cada episódio, uma história com início, meio e fim) com elencos invejáveis e enredos bem humanizados. Seguindo esse modelo, a antologia Solos reúne a estética de ficção científica com narrativas existencialistas, trazendo uma premissa tão distópica quanto intrigante de um futuro onde é possível se relacionar com outra versão de si mesmo — seja no passado, presente ou futuro.
Nos sete episódios, acompanhamos Anne Hathaway, Anthony Mackie, Helen Mirren, Uzo Aduba, Constance Wu, Nicole Beharie, Morgan Freeman e Dan Stevens contando suas histórias em monólogos intensos de apenas 30 minutos, que passam em um piscar de olhos. Os diálogos permeiam temas sensíveis da existência humana, discutindo mortalidade, identidade e nossa relação com a tecnologia, chegando até à realidade atual da covid-19 em uma analogia importante sobre o que vivemos desde 2020.
Além de discursos fundamentados em teorias tão físicas quanto filosóficas, o potencial de gerar empatia é o trunfo de cada episódio, que estreita relações até com os espectadores que nunca enfrentaram nada parecido com os dilemas dos personagens. O segredo está na disposição dos atores em universalizar suas pautas, que remetem vários sentidos a partir da interpretação de cada espectador.
Mesmo que lembre a estética de distopias mais conhecidas como Black Mirror, o trunfo de Solos está na conexão humana, e não em seus enredos futuristas. Escrita durante a pandemia por David Weil, a produção aborda temas como solidão, luto e humanidade de forma passional, inspirando reflexões na esperança de dias melhores e perspectivas otimistas na reconstrução de nossas comunidades. A série estreou em 25 de junho e segue disponível no streaming Amazon Prime Video.
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