O que deixar para os que vierem depois? VÍDEO

Arminda Augusto. Gerente de Projetos do Grupo Tribuna

Por: Arminda Augusto  -  31/03/24  -  06:31
Atualizado em 02/04/24 - 09:10
  Foto: FreePik

Aos cidadãos comuns, consumir menos e só o que é necessário, dar preferência aos produtos que vêm com menos embalagens, preparar os alimentos de tal forma que não haja desperdício, separar materiais para a reciclagem, não descartar o lixo nas ruas ou demais espaços públicos. Às prefeituras, oferecer coleta seletiva ou pontos variados de entrega voluntária de materiais, usar preferencialmente a mão de obra das cooperativas de recicladores e pagar adequadamente por esse trabalho, promover educação ambiental permanente, fiscalizar e punir quem descarta lixos volumosos em espaços públicos. À indústria, promover a circularidade dos materiais e a logística reversa, usar embalagens adequadas para a reciclagem, desenvolver produtos cuja composição seja o mais biodegradável possível. (Assista ao vídeo abaixo)


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O lixo que se coloca na calçada, todos os dias, desaparece da vista quando o caminhão coletor passa recolhendo, mas ele continua sendo responsabilidade de quem o gerou até que toda a decomposição seja feita, o que pode gerar décadas. É estranho pensar assim, mas há lixo no oceano, no solo, nos rios e matas gerado pelos parentes que nos antecederam. Quanto lixo queremos deixar para os que virão depois de nós?


Não é preciso ser expert no assunto para saber qual é a parte que cabe a cada um dos personagens envolvidos na cadeia do lixo e da reciclagem. Do cidadão que vai ao mercado fazer compras ao executivo de uma indústria que faz a opção por reutilizar materiais reciclados em lugar de matéria-prima virgem, todos têm responsabilidade em reduzir a quantidade de materiais que, diariamente, chegam aos aterros sanitários país afora - ou, em alguns casos, lixões mesmo.


Na Baixada Santista, embora o quadro não seja mais de conviver com lixões a céu aberto, há muito o que fazer. O Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos, concluído em dezembro passado, e sobre o qual se debruçaram técnicos, prefeituras e especialistas, tem bons propósitos e boas condutas sugeridas mas, ao que parece, será mais uma peça de ficção a repousar na gaveta do conselho de prefeitos, o Condesb. Colocá-lo em prática envolve capacitar servidores, investir em tecnologia, fazer parceria com a iniciativa privada e com a indústria e pagar, coletivamente, por todos os itens envolvidos. As prefeituras estão dispostas a isso, mesmo seus prefeitos sabendo que lixo, em geral, não dá voto nas urnas?


Embora pareçam tarefas difíceis, há bons exemplos de que o caminho é possível e envolve um esforço maior apenas no início, quando da mudança de hábitos e de cultura. No ano passado, uma escola de educação infantil de Santos, a Leonor Mendes de Barros, reduziu em 95% o descarte de rejeitos para o aterro, apenas adotando medidas simples que envolveram alunos, funcionários e professores.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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