Namorados juntos na pandemia

Roberval e Betina, - nomes fictícios -, iniciaram relacionamento de namoro

Por: Ana Lúcia Moure Simão Cury  -  03/08/20  -  23:52
Atualizado em 03/08/20 - 23:58
Namorados juntos na pandemia
Namorados juntos na pandemia   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Olá Caro leitor,


Inicio a nossa conversa de hoje, com fatos da tirados da vida real.


Roberval e Betina, - nomes fictícios, obviamente -, iniciaram relacionamento de namoro.


Foi uma verdadeira descoberta de almas. Ambos não mais tão mocinhos, não guardavam mais esperanças de ainda acharem a metade da laranja.


Mas o Rei Momo veio para abençoar este encontro, e no carnaval de 2.019, os dois se encontraram e iniciaram uma linda história de amor.


Betina ficou muito feliz, eis que a solidão já lhe perseguia por alguns anos. Agradeceu aos céus o encontro com aquele homem. Até o Santo Antônio que estava virado de cabeça para baixo no criado muda dela, voltou a colocar os pés no chão, já que a cara metade havia surgido na vida dela.


Rob e Beth, assim, carinhosamente, eles se tratavam.


E veio a pandemia. Betina, que morava com a mãe, senhora de 76, e uma irmã mais nova, sentiu-se na obrigação de cumprir o isolamento à risca. Deixou de sair de casa, e por conta disso, o contato com Roberval passou a ser, unicamente, pelos meios virtuais.


Um mês, dois meses, três meses, até que Betina lançou a seguinte pergunta ao amado:


- Rob, sei lá, acho que de repente...eu poderia ir ficar aí com você né? Só durante este período da pandemia, o que você acha? Minha irmã está aqui mesmo, ela cuida da minha mãe e assim podemos ficar juntos, durante este período da pandemia. Sério, Rob, não aguento mais de saudade.


Roberval, sem pestanejar, aceitou de pronto a sugestão, e assim é que Betina, de mala e cuia, passou a morar com ele, onde está até hoje.


A intenção de Roberval era de abrigar a namorada, tão afastada dele durante este longo e sofrido período da pandemia. 


Então vamos lá, ao que nos interessa agora.


Como podemos analisar estes pombinhos que, de repente, passaram a viver sob o mesmo teto? Seriam eles ainda namorados, ou estariam dando início a uma verdadeira união estável?


Não é de hoje, que falo aqui com vocês, da existência de uma linha tênue entre o namoro e a união estável.


Existem uniões estáveis, onde os conviventes não vivem sob o mesmo teto e podem existir namorados convivendo sob o mesmo teto, cujo enquadramento não caracteriza união estável.


Complicado? Explico melhor:


O que é importante na definição desta conceituação, namoro ou união estável, é decididamente o trato, a fama e o ânimo de constituição de família.


Se a união de Rob e Bete se deu somente para atender o momento pandêmico, não podemos definir esta relação como união estável, mas sim como um namoro, onde as partes resolveram viver sob o mesmo teto, durante um período específico, por conta de um isolamento recomendado.


Agora, se Roberval foi se acostumando com a presença da Betina, e se mesmo assim, após a pandemia – que esperamos seja breve – ambos persistirem na mesma situação, passando a tratarem-se como marido e mulher, não estaremos mais diante de um namoro, e sim, diante de uma união estável, passível de reflexos patrimoniais recíprocos.


Vamos ver como este relacionamento progredirá, se Betina vai retornar a casa da mamãe, ou se permanecerá dividindo o leito de amor com Roberval, sob o mesmo teto.


Se a opção for esta última, a depender de outras circunstâncias, como a fama do casal, o trato dispensado entre ambos a intenção de constituir família, aquele namoro pode passar a ser caracterizado como união estável. E aí sim, tudo muda de figura.


As relações evoluem, e essa aqui, de simples namoro, também pode progredir para uma estabilidade maior, ainda que  tenha se iniciado em razão de um bandido de um coronavírus.


Prometo -  espero que seja logo – trazer a vocês os próximos capítulos de Rob e Beth, torcendo para que, de qualquer forma,  tenham eles um final muito feliz!!


Até outro dia, e saúde para vocês!!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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