O quão destrutivo pode ser um inimigo invisível?

É certo dizer que, a cada dia que passa, a ficha de mais gente começa a cair e a população mundial começa a entrar em um estado de pânico em relação ao coronavírus

Por: Alexandre Lopes  -  12/03/20  -  15:30
Atualizado em 12/03/20 - 15:43
Ministério da Saúde informou que detectou registro do 1º caso no Brasil em 23 de janeiro
Ministério da Saúde informou que detectou registro do 1º caso no Brasil em 23 de janeiro   Foto: Divulgação/Science Photo Library

Nas últimas semanas, venho acompanhando com extrema atenção tudo o que se refere a propagação do Covid-19, popularmente conhecido como 'coronavírus'. É certo dizer que, a cada dia que passa, a ficha de mais gente começa a cair e a população mundial começa a entrar em um estado de pânico.


As informações, em geral, ainda são desencontradas e as 'Fake News' sobre o assunto brotam aos montes. Os mercados financeiros do mundo inteiro derretem, dia após dia, fazendo com que pessoas percam as economias de toda uma vida. O que acontece no mundo todo faz a 'Greve dos Caminhoneiros' e o 'Joesley Day' parecerem brincadeira de criança para quem opera na Bolsa.


Da casa dos 120 mil pontos, o principal índice da bolsa de valores brasileiras, a B3, despencou, nesta quinta-feira (12), para os 75 mil, uma incrível queda de quase 40%. Nosso 'Ministro da Economia', Paulo Guedes, aparentemente alheio a situação, afirmou que o dólar só chegaria a R$ 5 se o governo fizesse muita besteira. E o dólar chegou...


Imagens chocantes do mundo inteiro, especialmente da Itália, tem alarmado ainda mais a população. Luca Franzese, ator de 'Gomorra', publicou uma imagem fazendo um apelo ao governo italiano para que retirassem o corpo da irmã dele de casa. Ela, que sofria de epilepsia, foi mais uma das milhares de vítimas do Covid-19 ao redor do mundo. Tom Hanks e sua mulher, Rita Wilson, foram infectados na Austrália e estão de quarentena.


Empresas estão mandando os funcionários para casa. Escolas cancelando as aulas e antecipando as férias. O Papa mostrando que também é 'antenado' e cumprindo sua agenda por meio de 'lives' dentro da Biblioteca do Vaticano. Museus ao redor do mundo fechados, restaurantes que não funcionam mais no período noturno. Tudo isso tem um impacto gigantesco. Financeiro e emocional.


Em 1918, a Gripe Espanhola, também causada por um vírus Influenza (Tipo A), de subtipo H1N1, devastou um planeta já destruído pela 1ª Guerra Mundial. Estima-se, inclusive, que na ocasião entre 50 e 100 milhões de pessoas morreram no mundo, o que na época representava quase 5% da população mundial. Na ocasião, ela também foi uma pandemia, assim como a do Covid-19, e acabou sendo considerada a mais letal da história.


Enquanto alguns especialistas chamam o 'Covid-19' de 'um simples resfriado para a maioria', relatos que vem de vários lugares do mundo apontam o contrário. O mundo, literalmente, está desacelerando, o que provocará impactos de curto, médio e longo prazo. Empresas começarão a demitir os funcionários como consequência de uma diminuição em seus lucros. A gangorra do caos demorará meses, provavelmente anos, para voltar a ficar equilibrada. Os impactos já estão sendo profundos e deixarão cicatrizes que, para alguns, jamais desaparecerão.


Enquanto isso, o mundo segue lutando contra um inimigo invisível em uma montanha russa extremamente louca, onde as raríssimas boas notícias são dizimadas por informações, dos cinco continentes, que jogam um enorme balde de gelo em qualquer perspectiva de melhora a curto-prazo. Antes de desaparecer, aparentemente, o coronavírus tem muito a destruir...


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