Vale da Morte: vale a pena se programar para visitar este cenário inóspito nos Estados Unidos

Situado entre os estados de Nevada e Califórnia, nos Estados Unidos, local é chamado um dos pedaços mais quentes da face da Terra

Por: Rogério Soares & Simone Queirós &  -  19/01/20  -  22:48
Apesar de não parecer muito convidativo, andar pelo Vale da Morte pode ser muito agradável
Apesar de não parecer muito convidativo, andar pelo Vale da Morte pode ser muito agradável   Foto: Rogério Soares/Arquivo pessoal

Local quente, seco e com solo desértico, repleto de crateras, saliências e formações geológicas com fossas tectônicas esalares. Andar pelo local pode dar a sensação de que estamos caminhando por Marte, mas, na verdade, trata-se de um inóspito local na Terra que em muito se assemelha ao “planeta vermelho”.


Estou falando do Vale da Morte (Death Valley, do inglês), como é chamado um dos pedaços mais quentes da face da Terra, localizado nos Estados Unidos. Tão quente, que detém o recorde de temperatura do ar mais alta já registrada – a 56,7 °C, em 10 de julho de 1913. Ali também está a maior temperatura natural a nível do solo já registrada na Terra: 93,9 °C, em 15 de julho de 1917.


Apesar de não parecer muito convidativo, em condições adequadas andar peloVale da Morte pode ser muito agradável– tirando a sensação constante de secura por todos os poros do corpo (o que uma boa hidratação pode minimizar).


O passeio até o local começou emLasVegas, no estado de Nevada, onde aluguei um carro e fui dirigindo até o Parque Nacional do Vale da Morte pelasHighwaysNV 160 e CA 190. A viagem é um prato cheio para amantes da fotografia, com um cenário onde predomina o contraste entre o árido deserto e a exuberância dos picos montanhosos, cobertos de neve.


Mas não são apenas as belas paisagens que chamam a atenção do viajante. Quem já assistiu à sérieBreakingBadvai se sentir como um dos personagens à procura de Walter White (ou Heisenberg, para quem prefere a versão obscura do protagonista).


Não é difícil ver um ou outrotreileraparentando estar abandonado pelo local. De fato, a série foi gravada não muito longe dali, em Albuquerque, no Novo México.


O único porémé o fato de a estrada não ter torre de celular em toda a sua extensão. Então, em muitos trechos o motorista vai ficar incomunicável. Por isso, é importante estar com um bom carro e abastecido com bastante água, em caso de algum imprevisto.


Depois de duas horas e meia de estrada e muito sol, chega-se à entrada do parque, na Califórnia, onde é possível adquirir um tíquete no valor de US$ 30 (aproximadamente R$ 120,00) para circular pelo parque.


O ingresso é vendido em um totem digital, localizado dentro de um quiosque, e permite que o veículo circule pelo local por até sete dias. O valor é por carro, e não por pessoa.


Dali, a dica é ir direto para oFurnaceCreekVisitor Center, um complexo de apoio ao turista onde é possível se hospedar, ir ao banheiro, adquirir água, comida, informações gerais, panfletos e até uma visita guiada pelo local.


Mas quem não quiser nada disso pode simplesmente andar livre – a pé ou de carro – desbravando o parque, com todo o seu visual.


Sem sinal de internet, durante a viagem o motorista fica incomunicável
Sem sinal de internet, durante a viagem o motorista fica incomunicável   Foto: Rogério Soares/Arquivo pessoal

Bacia deBadwater


Vale da Morte está a Bacia deBadwater(ou Água Ruim, em tradução livre), conhecida como o ponto mais baixo da América do Norte, com uma profundidade de 86 metros abaixo do nível do mar.


O interessante é que o sítio consistedeuma nascente de água, ao lado da estrada em uma depressão. O acumulado de sais do entorno da bacia a torna não potável, o que gerou o nome água ruim.


Ao lado da lagoa, onde a água não está sempre presente na superfície, repetidos ciclos de congelamento e evaporação gradualmente empurram a fina crosta de sal, até formar figuras hexagonais que parecem favos de mel. Um dos principais pontos turísticos é uma placa com a marcação do nível do mar.


No cenário predominam o contraste entre o árido deserto e a exuberância dos picos montanhosos
No cenário predominam o contraste entre o árido deserto e a exuberância dos picos montanhosos   Foto: Rogério Soares/Arquivo pessoal

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