Secretaria de Turismo organiza dois novos roteiros guiados pelo centro de Santos

Viagem no tempo da Cidade é um convite ao turista mas também ao santista

Por: Ronaldo Abreu Vaio  -  10/10/21  -  21:55
 Um dos roteiros tem direito à entrada no Museu do Café e um café cortesia
Um dos roteiros tem direito à entrada no Museu do Café e um café cortesia   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Meninas, meninos e menines, o espectro é o café. Em cerca de cinco quarteirões, entre o Largo Marquês de Monte Alegre e a Rua Visconde do Rio Branco, três séculos de História se debruçam – permeados pelo forte aroma da bebida, seja pelo ar ou nas reminiscências das esquinas. A viagem no tempo da Cidade é um convite, claro, ao turista, mas também ao santista: já há dois novos roteiros guiados em curso, todo sábado, às 11 horas. Uma oportunidade para lançar um novo olhar à paisagem já tão familiar – e mergulhar na própria origem.


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Organizado pela Secretaria de Turismo, em parceria com operadoras, o tour demonstrativo de que A Tribuna participou teve o pontapé inicial no Museu Pelé. Em meio à exposição temporária com imagens do Rei registradas pelas lentes do fotógrafo José Dias Herrera (que trabalhou em A Tribuna), já se descobre a história do dia em que Pelé, ainda criança, desceu do trem em Santos com o pai pela primeira vez e quis ir direto à praia. Maravilhado, pegou a água do mar nas mãos e bebeu: “é salgada!”, teria dito.


Em frente ao Museu, uma relíquia do desenvolvimento da Cidade, a antiga estação de trem da São Paulo Railway, essa sim, fruto direto do café. Inaugurada em 1867, ligava o Porto, de onde era escoado o grão para o exterior, ao campo, onde estava a produção. A ferrovia foi um alívio para as mulas: antes, o transporte dessa carga era feito em seus lombos, da fazenda ao navio.


Bem ao lado, ergue-se o Santuário de Santo Antônio do Valongo, de 1640. Ou seja, mais de 200 anos convivendo ‘ombro a ombro’.


Fazendo o café


Sair dos bancos escolares e das páginas dos livros, e ganhar as cores das ruas onde tudo aconteceu, é a virtude dos roteiros ao santista que se gaba de conhecer aquele pedaço de chão como a palma da mão.


Por exemplo, outro pedaço da História mergulhado no ouro negro fica no Rei do Café, fundado em 1912 e na terceira geração. No tour, é possível ter um vislumbre de como é preparada a bebida, do grão verde à xícara.


São torrados 320 quilos de café por hora, a 420°C (na entrada) e 200°C (saída), um blending de grãos do sul de Minas, da Mogiana Paulista (região na divisa com Minas Gerais) e da longínqua Chapada Diamantina, na Bahia. Um segredo: depois de torrado, o grão é esfriado a ar, em vez de água.


“Com a água é mais rápido, mas o grão fica chocho em 10, 15 dias”, explica Victor Rema Alves, com a autoridade de neto de Joaquim Augusto Alves, português que assumiu os negócios na década de 20.


Animação das cabras?


Na caminhada, enquanto passávamos na frente do prédio de uma empresa, na Rua do Comércio, cuja entrada é ornada por um vistoso pé de café, descobre-se que o grão é oriundo da África, chegou ao Brasil não pela São Paulo Railway, nem mesmo pelo Porto de Santos, mas por Belém, no Pará, em 1727. Entrou pela porta da então Guiana Holandesa (hoje, Suriname).


Reza a lenda que foi descoberto na Etiópia, África, por um pastor que observou suas cabras mais ‘animadas’ após comerem aqueles frutos avermelhados. Dentro dos frutos, os grãos, esses verdes, que um corretor, já no meio da Rua XV, apresenta ao grupo, explicando suas particularidades. Depois disso, a última parada, no Museu do Café, dentro do prédio da Bolsa Oficial do Café – por si só, um museu arquitetônico.


Construído há 99 anos, o prédio da Bolsa é um símbolo da opulência do café. Ali, durante décadas, foi definido o preço da saca no mercado mundial. Ou seja, a Wall Street do café. E o melhor? Fica em Santos, ao alcance de um tour, que nos transporta ao passado.


Confira os roteiros:

Viagem com Café

São cerca de 1,5 km, do Museu Pelé ao Monte Serrat. Com duração de 3 horas, o tour sai por R$ 30,00, com direito a entrada no Museu do Café e um café cortesia. Os participantes caminham do Museu Pelé ao prédio da Bolsa Oficial do Café, ouvindo a História e histórias do ‘ouro negro’. Nos dias 16 e 30, 11 horas.
Reservas: Parceiros do Turismo, 99771-9825 ou(11) 99544-9825 (site)


Caminhada com História

Um tour a pé pelo Centro Histórico, também com saída do Museu Pelé, oferecea História da Cidade e questões contemporâneas através da arquitetura e monumentos, também a R$ 30,00 por pessoa. O roteiro, com duração de duas horas, passa, por exemplo, pelo Outeiro de Santa Catarina, Conjunto do Carmo e Palacete Mauá. Dia 23, 14 horas.
Reservas: Caiçara Expedições, 3466-6905, 98142-0151 e contato@caicaraexpedicoes.com (site).


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