Graceland: A casa do rei do Rock

A cidade de Tupelo mantém a casa onde Elvis Presley nasceu, tornando-a um museu obrigatório aos fãs, assim como uma visita a Graceland, sua mansão e última morada em Memphis

Por: Maurício Nunes  -  16/08/20  -  17:30
Com a fama, Elvis comprou a mansão Graceland, seu eterno refúgio, hoje um enorme complexo sobre ele
Com a fama, Elvis comprou a mansão Graceland, seu eterno refúgio, hoje um enorme complexo sobre ele   Foto: Maurício Nunes

Em 16 de agosto, há exatos 43 anos, morria Elvis Presley. Muita coisa mudou no mundo nestas quatro décadas, especialmente na música e no show business. Mas uma coisa é indiscutível: Elvis continua Rei!


Não existiria 90% do que se vê e se ouve hoje em dia se não fosse pela influência deste ousado filho do Mississipi, nascido na pequena e bela Tupelo, base de toda a trajetória do rei do rock. A cidade mantém a casa onde Elvis nasceu, tornando-a um museu obrigatório aos fãs, assim como uma visita a Graceland, sua mansão e última morada em Memphis, nos Estados Unidos.


A casa humilde, hoje cercada por uma área bucolicamente preservada, tem até réplica da igreja que Elvis frequentou durante a infância (o cantor era muito espiritualista), dentro da qual teve sua primeira experiência com a música gospel que, aliás, influenciaria por boa parte de sua carreira. O homem que ficou famoso por cantar “a música do diabo”, gravou também as mais belas “canções de Deus”.


No extenso jardim que cerca a casa, há uma espécie de calçada da fama contando a história de Presley, tendo ao centro uma estátua dele ainda menino, aos 13 anos, segurando uma guitarra nas costas, representando sua partida para Memphis.


Elvis ganhou de sua mãe seu primeiro violão no aniversário de 11 anos, quando esta tentou fazê-lo mudar de ideia, já que pedira de presente uma espingarda. O violão foi comprado na Tupelo Hardware, loja ainda ativa, onde funcionários antigos fazem questão de animar turistas contando a eles histórias do Rei.


Em 1953, Elvis era caminhoneiro em Memphis e pagou US$ 4 para gravar para sua mãe a canção My Happiness, no Sun Studio, estúdio do lendário Sam Phillips.


Marco zero


Um ano depois, em 5 de julho, considerado o marco zero do rock, a magia aconteceu quando Elvis, numa tentativa de convencer Phillips a gravá-lo, cantou descontraído sua versão de That's All Right, de Arthur Crudup. Daí pra frente, o mundo nunca mais foi o mesmo. Como bem disse John Lennon: “Antes de Elvis, não havia nada!”


Com a fama, Elvis comprou a mansão Graceland em Memphis, seu eterno refúgio, hoje transformado em um gigantesco complexo sobre o cantor.


Graceland abriu suas portas para visitas públicas em 7 de junho de 1982 e, desde então, mais de 20 milhões de pessoas já visitaram a mansão, conhecida como a segunda casa mais visitada dos EUA, perdendo apenas para a Casa Branca.


A primeira parada dentro da mansão neoclássica é o luxuoso saguão, onde está a sala de estar, a sala de jantar e o quarto dos pais de Elvis. Logo depois, a visita segue até a cozinha e o andar de baixo da casa, onde está a famosa sala de TV e a sala de bilhar.


Na sequência encontra-se a Jungle Room, com sua decoração polinésia exagerada, seus tapetes verdes felpudos e adereços de gosto duvidoso.


Na saída da mansão está o escritório de negócios do pai de Elvis, Vernon Presley, pois mesmo a carreira do cantor sendo gerenciada pelo mítico Coronel Tom Parker, era o pai quem administrava as finanças do rei do rock.


Do lado de fora, em frente ao escritório, encon<CF70>tra-se o estábulo e também um balanço que Elvis comprou para sua única filha, Lisa Marie, brincar com primos e amigos.


O edifício de troféus conta toda a história pessoal de Elvis, expondo uma variedade imensa de documentos, fotos e objetos pessoais do cantor e de sua família.


Após a visita atravessar a quadra de squash e a luxuosa área do saguão, onde estão uma máquina de pinball e um piano, a tour se encerra no Meditation Garden, jardim construído em frente à piscina, um lugar tranquilo onde Elvis adorava meditar.


O cantor está sepultado no local ao lado de seus pais, seu irmão e sua avó. Milhões de fãs de todo o mundo prestam homenagem com preces e orações ao sujeito humanitário e simples que se tornou a sensação da música, grande estrela de cinema e eterno Rei do Rock.


Complexo reúne figurinos, carros, motos...


Em 2017 foi inaugurado, do outro lado da rua da mansão, próximo aos aviões do rei, um enorme complexo de entretenimento e exposições que incluem pavilhões com seus automóveis e motos; diversos objetos de sua temporada no exército americano e também um prédio inteiro com objetos pessoais de astros que Elvis influenciou.


Entre eles estão figurinos originais da banda Kiss, uma guitarra de Joe Perry do Aerosmith, roupas e violão de Johnny Cash, entre tantos outros.


Graceland possui uma capela para casamentos e renovações de votos e inaugurou um novo Centro de Exposições, começando com uma sobre Muhammad Ali, apresentando a história da incrível ascensão do boxeador de origem humilde até se tornar três vezes campeão mundial dos pesos pesados. Uma outra exposição traz a história da motocicleta americana através de uma coleção única sob a curadoria do lendário Barber Vintage Motorsports Museum.


Há também em Graceland cinemas exibindo continuamente filmes de Elvis, exposições sobre Sam Philips (a série de TV), lanchonetes, lojas e um imenso pavilhão contendo a maior coleção de memorabília de Elvis, incluindo roupas (até os famosos macacões) usadas nos shows. Há ainda os discos de ouro, instrumentos e tudo mais que faria qualquer fã delirar de alegria, afinal, Graceland é uma verdadeira Disneylandia, onde o Mickey é Elvis Presley.


*Maurício Nunes é jornalista e autor do livro infantil ABC do Rock 


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