Procura por seguro para smartphones cresce com o avanço das medidas de flexibilização

Os índices de roubos e furtos no Estado fizeram crescer a demanda pelos chamados planos de subtração

Por: Fábio Rocha*  -  19/10/21  -  17:23
 A briga pelos avanços tecnológicos entre as marcas contribui para elevar o valor dos seguros
A briga pelos avanços tecnológicos entre as marcas contribui para elevar o valor dos seguros   Foto: Reprodução

O crescimento de índices de roubos e furtos de aparelhos celulares no Estado de São Paulo tem refletido na contratação de seguros especializados. A demanda este ano cresceu cerca de 14% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a corretora Michelle Alves do Santos. O aumento seria uma consequência da flexibilização das medidas de isolamento, já que as pessoas estão retomando suas atividades nas ruas.


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Dados divulgados em agosto passado, pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, apontam aumento de 10,3% no número de roubos em relação ao mês anterior, quando haviam sido registradas 19.146 ocorrências. Segundo as estatísticas, também houve crescimento em relação ao ano anterior: 17.357 roubos tinham sido registrados em julho de 2020, no Estado. A secretaria também aponta crescimento em relação ao índice de furtos de celulares. Em julho de 2020, houve registro de 31.042 casos, enquanto este ano, o número de casos subiu para 39.013, um aumento de 25,6%.


A corretora Wanessa Alves afirma que o seguro mais procurado é para subtração, que engloba roubo qualificado e arrombamento. Ela explica que o plano vai de acordo com a escolha do cliente, mas as coberturas disponíveis são de subtração de bem, danos físicos e danos elétricos ou por água. Ela também explica que os valores pagos pelo serviço dependem do perfil do cliente, como idade, profissão e renda, assim como o modelo do aparelho a ser segurado.


O coordenador de operações Alexandre Lima diz que não tem como sair tranquilo de casa com o aparelho. “O valor do investimento faz com que se tenha medo de ser roubado”. Lima tem um Samsung Galaxy Note 20, que custa R$ 4.449,00 no site da marca, e o seguro contratado custou R$ 720,00.

Para ele, é essencial ter o serviço, pois os smartphones deixaram de ter função de celular para serem computadores de mão, e por serem uma ferramenta de trabalho, o usuário fica 24 horas com o aparelho.


Já o engenheiro civil Vitor Salgado não considera essencial ter seguro, mesmo com o índice de roubos e furtos aumentando. Salgado, que tem um iPhone 11, que custa R$ 5.499,00 no site da Apple, afirma que, mesmo com um aparelho caro em mãos, consegue sair “tranquilamente” de casa. Ele não dispõe de seguro e avalia que pelo preço não vale a pena contratar o serviço.

“Na época que orcei, achei os valores caros. O retorno, caso seja roubado, também não é atrativo, já que pagavam valores com base em valor de celular usado. Não achei que valia mais a pena do que o risco de ter que arcar com um aparelho novo”. Segundo a cotação que fez numa seguradora, ele pagaria R$ 88,00 por mês, e o valor da cobertura seria de R$ 4.140,00.


Uma publicação especializada divulgou uma lista recente dos smartphones mais vendidos, e o iPhone 11 liderou o ranking. Na sequência, vem o Galaxy S20, que custa R$ 2.519,00 no site da Samsung. No caso do S20, o plano completo de seguro para esse aparelho custaria, em média, R$ 800,00.


A corretora Michelle Alves do Santos ressalva, no entanto, que apesar do valor médio calculado, o preço varia bastante, já que é levado em conta fabricante, modelo e quem será o usuário. Geralmente, segundo ela, o seguro custa em torno de 9 a 14% do valor da nota do aparelho.


De acordo com pesquisa publicada pelo Mobile Time, de 2.177 brasileiros que utilizam smartphones, 35% já tiveram o aparelho roubado ou furtado. Desse total, apenas 14% tinham seguro contra roubo ou furto do último celular que perderam.


Neste trimestre, a Apple lança seu novo smartphone, o iPhone 13 Pro Max, que se tornará o celular mais caro no Brasil. O preço sugerido o varejo é de R$ 15.999,00, equivalente a 14,5 salários mínimos. O lançamento, de acordo com Wanessa, deve impulsionar a procura por seguro no final do ano. Já Michelle afirma que o mês de setembro é sempre o que registra maior movimento na busca por seguros especializados, devido às atualizações de modelos da marca.


Na iPlace, maior revendedora autorizada da Apple no País, ainda é oferecido seguro da própria marca, mas há um encaminhamento para outra seguradora, caso o cliente queira. Já a Samsung dispõe de um serviço de seguro próprio, disponibilizado no site Samsung Care+. No site da marca, o produto mais caro é o Galaxy Z Fold2 5G Mystic Black, que custa R$ 8.999,00. Neste caso, a proteção completa fica em torno de R$ 3.900,00 para o aparelho celular no período de um ano.


* Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão dos professores Lidiane Diniz e Eduardo Cavalcanti e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.


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