Especialistas alertam sobre riscos e cuidados com os cachorros nas praias de Santos
Lei aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito começa a valer em janeiro
Após a sanção da lei que permite cachorros nas praias de Santos, pelo prefeito Rogério Santos (PSDB), especialistas alertam para os cuidados que os tutores devem tomar com os animais antes, durante e depois de levá-los.
O adestrador em comportamento animal Cleber Santos, diz que os tutores devem estar sempre atentos aos sinais emocionais dos pets enquanto estão na praia. “Muitas vezes os donos de cachorros acham que têm total conhecimento e controle sobre o comportamento do seu animal, baseado na convivência diária. Porém, um lugar com elementos diferentes (areia, pouca sombra, água salgada, muitas pessoas e ruídos) pode causar ansiedade nos cães”.
Ele conta que é preciso hidratar constantemente os cachorros, além da checar a respiração e temperatura do corpo. “Lembrando que cães menores, principalmente aqueles com focinho mais achatado (braquicefálicos), têm mais dificuldades respiratórias em ambientes assim”. O especialista orienta que se o tutor perceber qualquer alteração no animal, como ofegância, mudança de comportamento, sinais de medo e fadiga extrema, o ideal é sair da praia e levá-lo para um ambiente mais calmo e seguro.
Santos explica que as pessoas que levarão seus cachorros à praia devem ter conhecimento das regras. Os animais devem estar vacinados e vermifugados, além de serem sociáveis e utilizarem coleiras com nomes e telefones dos tutores, que devem ser maiores de idade. Além disso, o tutor é obrigado, sob pena de multa, a recolher as fezes do seu animal imediatamente.
O médico veterinário Victor Valeije Sprovieri alerta para as brincadeiras na areia. “Na praia, ao brincar e correr, por conta da altura deles (cachorros) ser mais próxima do solo, é bem comum que caia areia nos olhos. É recomendado, nesse caso, o uso de colírio lubrificante nos olhos antes”.
Sprovieri diz que o horário ideal para o passeio com os pets seria entre 7h e 10h ou após o pôr do sol. Segundo ele, o período entre 10h e 18h traz riscos à saúde do animal, além de queimaduras na parte macia localizada nas extremidades das patas (coxins).
O veterinário explica, ainda, que cachorros da raça shih-tzu, spitz alemão, buldogue francês ou inglês, pug ou maltês são sensíveis ao calor e possuem uma pele vulnerável aos raios solares. “Animais expostos ao calor excessivo de Santos correm o risco de desenvolver edema pulmonar”.
*Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão do professor Paulo Bornsen e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.
