Estabilidade de 12 meses no emprego aos trabalhadores da Autoridade Portuária, apresentação de um plano de desligamento voluntário até seis meses depois da privatização e requalificação profissional a todos os colaboradores que sejam desligados. Essas são algumas condições aprovadas pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) para a desestatização da Santos Port Authority (SPA), estatal responsável pela gestão do Porto de Santos.
O sinal verde do CPPI foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União da última sexta-feira. Esses e outros pontos foram abordados ontem em audiência pública realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a concessão da SPA à iniciativa privada. Nela, também foram apresentadas os resultados das análises realizadas pelas consultorias para o desenvolvimento do projeto de desestatização do porto santista.
Sobre as questões relacionadas à mão de obra, foi destacado na audiência pública que a requalificação dos trabalhadores deverá seguir os padrões de mercado. Outros detalhes da modelagem de desestatização foram reforçados, como a aquisição do controle da SPA pelo vencedor do leilão, associada à assinatura do contrato de concessão para exploração do Porto, e o prazo de concessão por 35 anos, com possível acréscimo de mais cinco.
Também foi lembrada a necessidade de ajustes prévios à transferência de controle, como conversão ou liquidação dos adiantamentos para futuro aumento de capital e a cessão aos acionistas do crédito em favor da SPA gerados após procedimento arbitral entre a Autoridade Portuária e a Libra. Entre os posteriores, haveria a realização da oferta de ações aos empregados e aposentados, nas mesmas condições de venda das ações da União ao novo investidor, em 10% do capital social, além da obrigação de capitalização da companhia.
Leilão
Foram elencadas algumas características do leilão, como o valor mínimo de R$ 3 bilhões, a ser pago à vista e a garantia de proposta de 1% sobre ao valor global do contrato de concessão. O certame também exigirá qualificação econômica, a ser comprovada com a demonstração de um patrimônio líquido mínimo equivalente às ações da companhia, acrescido de 50% da contribuição mínima inicial registrada no edital.
O diretor do Departamento de Novas e Outorgas e Políticas Regulatórias Portuárias da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fábio Lavor Teixeira, destacou a importância da audiência pública. “Em todas elas, tivemos a humildade de incorporar sugestões vindas do público. Isso é para reforçar o caráter participativo”.