Terminal de líquidos passa a contar com produção própria de nitrogênio no Porto de Santos

Gás é considerado primordial no processo de armazenamento e movimentação de líquidos

Por: Anderson Firmino  -  03/09/22  -  09:18
Atualizado em 05/09/22 - 13:42
Até o mês passado, a empresa adquiria o gás por meio de fornecimento externo.
Até o mês passado, a empresa adquiria o gás por meio de fornecimento externo.   Foto: Divulgação

Com o objetivo de gerenciar o fornecimento de nitrogênio para operações no Porto de Santos, a Stolthaven Terminals do Brasil passou a contar, no mês passado, com sua planta própria. Fruto de uma parceria com a empresa White Martins, a iniciativa - considerada pioneira no setor portuário nacional - permitirá ao terminal maior controle sobre a produção e segurança reforçada na movimentação de líquidos nas instalações da companhia, na Alemoa.


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O nitrogênio atua como estabilizador e equalizador de pressão, fundamental no armazenamento, carregamento e descarregamento de líquidos nos terminais portuários. Até o mês passado, a empresa adquiria o gás por meio de fornecimento externo. Agora, a Stolthaven poderá gerar o gás para abastecimento próprio, em níveis de pureza acima de 98%, cobrindo a maior parte da capacidade total de tancagem de 150 mil metros cúbicos de seu terminal em Santos.


“É um benefício, tanto para a empresa quanto para a comunidade, ter um terminal portuário de produtos perigosos com mais segurança”, afirma o gerente-geral da empresa, Marcelo Schmitt.


Outro aspecto destacado por ele é a sustentabilidade, com impactos positivos no meio ambiente. “Uma planta própria permite que você tire caminhões das rodovias - no nosso caso, era um caminhão por dia. Ou seja: são 365 caminhões por ano que deixam de emitir CO2 desde o início do trajeto até o terminal”, exemplifica.


Schmitt enumera mais um ganho: certeza da utilização de energia limpa na produção do nitrogênio. “A gente garante que a energia usada para produzir o nitrogênio vem de fontes renováveis, como eólica e solar. Até aqui, eu não tinha essa garantia dos meus fornecedores”.


Automação

O gerente-geral da Stolthaven explica que a planta é controlada pela White Martins a distância, a partir do Rio de Janeiro. “Pela internet, eles manejam esse sistema. Não há nenhum funcionário destacado para acompanhar esse processo de forma presencial”, frisa Schmitt , destacando que essa é uma forma mais inteligente de distribuir a produção.


Ele reforça que, mesmo com a planta própria, cilindros podem ser utilizados eventualmente no terminal santista. “A planta de nitrogênio produz a uma pureza bastante elevada, Mas, às vezes, é preciso chegar a 99,99%. Quando esse nível é necessário, eles nos abastecem”.


Schmitt explica que a planta já opera a mais de 50% da capacidade e, até o final deste mês, deve entrar em pleno funcionamento. “Isso faz parte de um conjunto de ações nossas no sentido de sermos cada vez mais sustentáveis, com operações mais seguras. Ter uma planta autônoma de nitrogênio operando num terminal portuário é uma inovação diante de um processo que era antigo, arcaico, de receber abastecimento 100% externo”.


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