Terminais do Porto de Santos investem em logística para escoar safra de soja

O Porto de Santos deve bater um novo recorde de movimentação de soja em grãos neste ano. A expectativa é de que 24,5 milhões de toneladas sejam embarcadas, aumento de 5,3% em relação ao total exportado no ano passado.

Para 2023, a projeção é 3,5% maior e cerca de 25,4 milhões de toneladas da commodity deverão ser escoadas. Para garantir o escoamento da produção, terminais investem em logística.

Segundo a Santos Port Authority (SPA), estatal que administra o Porto de Santos, até agosto já foram embarcadas 23,8 milhões de toneladas.

O volume representa um crescimento de 9,9% em relação ao total movimentado no ano passado, quando 21,6 milhões de toneladas deixaram o País pelo cais santista.

“Os terminais da Baixada Santista são responsáveis por 26% dos embarques de soja do Brasil. A expectativa é que a porcentagem se mantenha, acompanhando a evolução da safra”, destacou o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel.

Segundo o executivo, os operadores estão investindo em repotencialização dos terminais. Isto inclui investimentos no aumento da capacidade de recebimento, armazenagem e embarque de grãos.

Sistemas operacionais automatizados também são focos na melhora do desempenho, além da capacitação dos colaboradores para fazer frente aos volumes em crescimento.

Autoridade Portuária

A SPA destaca, também, investimentos que foram ou estão sendo realizados para garantir o escoamento da safra recorde.

Entre eles, está a construção da terceira linha ferroviária entre os bairros do Valongo e Paquetá, o adensamento de quatro linhas ferroviárias na região do Macuco e o nivelamento do pavimento nas passagens de nível.

Além disso, obras na Avenida Augusto Barata, entrada de Santos, para melhoria do acesso à Margem Direita e a regularização para abertura de processo para mais duas áreas para pátios de estacionamentos, garantindo ao menos 1.500 vagas para caminhões.

“Investimentos privados também estão em andamento em terminais, como novos silos, aumento de capacidade de armazéns, linhas férreas e equipamentos, o que aumenta a eficiência da operação, trazendo mais capacidade, tanto de armazenagem, quanto de recepção e expedição, em terminais como a ADM do Brasil, TES, Terminal XXXIX e Teag, além de investimentos futuros previstos para o terminal STS 11”, destacou a SPA, em nota.

Com expectativa de movimentação de até 15,6 milhões de toneladas de grãos por ano, o STS11, no Paquetá, deverá se tornar o maior terminal de granéis sólidos vegetais do Porto de Santos.

A área, arrematada pela chinesa Cofco, tem 114.700 metros quadrados e contará com capacidade de armazenagem estática de 516,6 mil toneladas de grãos.

Navios

De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, com a atracação de navios maiores no Porto, o número de escalas é reduzido, já que há maior capacidade física de embarque.

"Temos notado pelo boletim de movimentações de cargas que, comparando o mesmo período do ano de 2021 a soja vem batendo recordes nos embarques, sem prejuízos operacionais".

Segundo ele, para um grande escoamento é essencial que a demanda seja o mais linear possível, mas o mercado não funciona dessa forma.

"Cada vez mais, os períodos de entressafra ficam menos existentes e se dependerá muito da capacidade física dos terminais para atendimento. Nesse aspecto, o ideal é ter maior giro possível em menor quantidade de tempo e que, principalmente, as condições climáticas contribuam para que a parte operacional não sofra interrupção".