Setor de cruzeiros marítimos propõe novas regras sanitárias
Anvisa já debate protocolos a serem implantados nas viagens marítimas e que deverão ser seguidos pelo público
A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) comemorou a decisão do Governo Federal, anunciada no último sábado (2), que autorizou a retomada das viagens dessas embarcações no País, a partir do próximo mês. Segundo a instituição, a volta desse setor deve provocar um impacto de R$ 2,5 bilhões na economia nacional e gerar em torno de 35 mil empregos. Por outro lado, médicos infectologistas ouvidos por A Tribuna entendem que essa medida ainda é precipitada, devido à pandemia de covid-19.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta segunda-feira (4) que serão aprofundadas, nos próximos dias, as discussões sobre os protocolos sanitários a serem adotados pelas empresas e que deverão ser seguidos por passageiros e tripulantes. O órgão regulador reiterou que sua manifestação “no sentido de que a retomada dessa atividade – em vista dos riscos associados, e mesmo com a adoção de protocolos sanitários rígidos – deve estar condicionada à avaliação do cenário epidemiológico”.
Estudo aprofundado
A Clia Brasil explicou que foram meses de deliberações e apresentações detalhadas de protocolos de segurança já implementados pela instituição ao redor do mundo. Citou ainda que esses planos foram elaborados por médicos e cientistas e contaram com o aval das autoridades sanitárias locais, mostrando que o setor pode retomar as atividades em segurança.
Entre os procedimentos defendidos pela entidade, estão que todos os hóspedes passem por uma triagem rigorosa, apresentem testes pré-embarque e utilizem máscaras. Além disso, está prevista a ocupação reduzida dos espaços, ar fresco sem recirculação e desinfecção/higienização constante dos locais.
A entidade defende ainda que os tripulantes estejam vacinados, façam três testes antes de entrar em serviço e quarentena. As embarcações devem ter ainda um plano de contingência com corpo médico treinado e estrutura com todos os modernos recursos para atendimento.
“Estamos prontos para navegar e oferecer as mesmas experiências únicas e memoráveis que as pessoas apaixonadas por cruzeiros estão acostumadas a vivenciar. O retorno bem-sucedido da navegação é resultado de um trabalho conjunto extremamente técnico e criterioso da Clia e dessa indústria para a implementação de protocolos criados por médicos, cientistas e especialistas”, afirmou Marco Ferraz, presidente da instituição.
Para a temporada 2021/2022, sete navios devem fazer cerca de 130 roteiros e 570 escalas em destinos nacionais, como Santos, Angra dos Reis (RJ), Balneário Camboriú (SC), Búzios (RJ), Cabo Frio (RJ), Fortaleza (CE), Ilhabela, Ilha Grande (RJ), Ilhéus (BA), Itajaí (SC), Maceió (AL), Porto Belo (SC), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Ubatuba.
