Santos e Guarujá criam expectativa com nova secretaria para hidrovias

Criação de Secretaria de Portos e Hidrovias traz expectativa para as cidades no transporte de cargas

Por: Ted Sartori  -  18/10/23  -  10:58
Bairro Monte Cabrão, na Área Continental de Santos, foi citado pelo diretor da APS, Eduardo Lustoza, como local com potencial para abrigar condomínios industriais, estimulando o modal hidroviário
Bairro Monte Cabrão, na Área Continental de Santos, foi citado pelo diretor da APS, Eduardo Lustoza, como local com potencial para abrigar condomínios industriais, estimulando o modal hidroviário   Foto: Rogério Soares-24/08/2018

As cidades de Santos e Guarujá estão ansiosas para fomentar o desenvolvimento do modal hidroviário. Ainda mais com a criação, em 26 de setembro, da Secretaria de Portos e Hidrovias, que substitui a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, com Mariana Pescatori seguindo no comando. O órgão é ligado ao Ministério de Portos e Aeroportos.


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“Temos obrigação de incentivar a expansão hidroviária na Baixada Santista e no Porto de Santos, até porque o modal hidroviário é o mais econômico e ambiental. Não vai caber todo o transporte de carga na rodovia e na ferrovia. Precisamos reduzir essa dependência e abrir mais portas hidroviárias”, defende o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Autoridade Portuária de Santos (APS), Eduardo Lustoza.


Apesar disso, Lustoza lembra que o túnel Santos-Guarujá, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o novo acesso ao Porto, a nova saída da Alemoa Industrial e mais um acesso desde o Planalto estão diretamente ligados às hidrovias.


“Vamos crescer mais rapidamente, chegando a 200 milhões de toneladas, só com túnel e pequenos condomínios industriais, como em Monte Cabrão. Na hora que entrar o Largo de Santa Rita (entre a Ilha de Bagres e Barnabé) e os 16 TUPs (Terminais de Uso Privado), que equivalem a um Porto de Paranaguá (no Paraná), passaremos de 300 milhões de toneladas”.


O consultor portuário Ivam Jardim detalha que, para benefício do Porto de Santos, a principal ação do Poder Público deve ser junto à Hidrovia Tietê-Paraná. “Isso garantirá a perenidade das operações e, assim, trazer mais carga, ou a mesma carga de forma mais barata, ao complexo portuário. Lembrando que nessa rota ainda se faz necessário um último trecho que deve ser rodoviário ou ferroviário para vencer a Serra do Mar”.


Cidades

Em nota, a Prefeitura de Santos lembrou que, a rigor, existe uma hidrovia na região, constituída pelos canais do Estuário e de Piaçaguera. A Cidade defende que, para viabilizar o transporte hidroviário de cargas, seria necessário ter produção local, o que pode ocorrer por meio de processo de industrialização sustentada da região, como ocorre nas proximidades dos principais portos do mundo. A presença de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) na Área Continental de Santos é o caminho indicado.


Em relação ao transporte de cargas, as restrições relativas às interferências (pontes e dutos) e aos licenciamentos ambientais das obras necessárias são condicionantes da implantação de uma hidrovia que atinja municípios ao sul da Baixada Santista, mais próximos do Porto, lembra a gestão municipal.


Já a Prefeitura de Guarujá, também em nota, comenta que a implantação de um órgão específico de transporte hidroviário potencializa a intenção de utilização do Canal de Bertioga, do Canal Piaçaguera e de rios como Casqueiro, Piaçabuçu, Itanhaém e Itapanhaú para novas travessias de pedestres e de transportes de cargas.


A gestão guarujaense recorda que existem alguns estudos técnicos e acadêmicos que mostram que há cerca de 35 quilômetros de plena navegabilidade.


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