Santos Brasil reserva R$ 500 milhões para segunda fase de expansão no Porto

Terminal de Contêineres localizado em Guarujá passará por transformação nos próximos anos

Por: Lyne Santos  -  02/02/22  -  13:33
Ao todo, serão aplicados R$ 500 milhões até 2024, que será direcionado à modernização e expansão do pátio
Ao todo, serão aplicados R$ 500 milhões até 2024, que será direcionado à modernização e expansão do pátio   Foto: Divulgação

A Santos Brasil deverá iniciar, no máximo, até abril as obras da segunda fase do seu plano de investimentos, que envolve intervenções no Terminal de Contêineres (Tecon), localizado na Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá. Ao todo, serão aplicados R$ 500 milhões até 2024. O montante será direcionado à modernização e expansão do pátio.


Um dos resultados esperados é ampliação da capacidade de pátio do terminal em 600 mil TEU (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) e de cais em 200 mil TEU. O total do Tecon Santos previsto para o final da segunda fase será de 2,6 milhões de TEU/ano.


A aquisição de novos equipamentos focados na sustentabilidade também faz parte da verba disponível para os próximos dois anos. Em uma terceira etapa, estão previstos mais R$ 600 milhões até 2031. Todo o processo de remodelação vai demandar a somatória de R$ 1,5 bilhão, valor estipulado desde a renovação antecipada do contrato da empresa em 2015.


Na primeira fase do projeto, finalizada em 2021, foram investidos R$ 450 milhões na compra de equipamentos e sistemas e na construção de um novo berço de atracação de 220 metros, contíguo ao cais do Terminal de Exportação de Veículos (TEV).


Além disso, houve aumento da profundidade dos berços 1 e 2 para 16 metros, permitindo que embarcações de grande porte, ainda impossibilitadas de entrar no Porto de Santos, possam atracar no terminal da empresa.


Na segunda etapa, será feita a demolição de quatro prédios, abrindo espaço para contêineres. Em seguida, será construído um novo edifício em substituição ao anterior. O destaque fica para o modelo sustentável do empreendimento.


O objetivo da empresa é buscar o selo verde para ter reaproveitamento de água e energético. As obras também incluem reforma do piso e do Armazém 3, com elevação do telhado para permitir a verticalização e, assim, o aumento em 30% da sua capacidade.


Dentro dos R$ 500 milhões, há ainda o investimento em equipamentos. Serão comprados oito novos e-RTGs (pórticos sobre pneus) elétricos, visando reduzir a emissão de CO2. “Isso vai trazer maior conforto para os operadores, colocando eles dentro do próprio prédio administrativo, no Centro de Controle Operacional que haverá no local”, apontou o diretor Roberto Teller.


A Santos Brasil também vai adquirir mais trinta terminal tractors (caminhões de manobra), totalizando 90. Os novos veículos vão substituir os outros 40 caminhões, que fazem parte da frota. “Tudo isso eleva a capacidade estática do pátio de 42.500 TEU para 52 mil TEU. Saímos de 2,4 milhões de TEU de capacidade dinâmica por ano para 2,6 milhões de TEU”, revelou Teller.


Futuro


A terceira fase do projeto de expansão da Santos Brasil, que vai de 2025 a 2031, demandará investimentos de R$ 600 milhões. Nessa etapa, será modificado todo o desenho do pátio, com a inversão da posição das ruas, fazendo com que o terminal fique mais parecido com as instalações da Ásia, Europa e Estados Unidos.


“Hoje, as ruas são paralelas ao cais. No exterior, todos os terminais têm ruas perpendiculares ao cais. Nós vamos transformar isso também na Santos Brasil. O resultado será a ampliação do pátio de 2,6 milhões de TEU para 3 milhões de TEU na terceira fase. Vamos mudar, ainda, dois terços dos nossos equipamentos RTG, que são a diesel, para RMG, pórticos sobre trilhos automatizados. As mudanças nos permitirão ganhar mais adensamento, área e capacidade, além de podermos automatizar boa parte dessa operação, deixando-a mais sustentável e segura”, explicou o diretor da empresa, Roberto Teller.


Em meio aos investimentos, a Santos Brasil também está atenta à privatização do Porto. Teller acredita que a desestatização é bem-vinda e vai destravar a burocracia atual. No entanto, é necessário observar com lupa para que seja mantida toda a segurança jurídica dos contratos atuais.


Logo A Tribuna
Newsletter