Quatro navios no Porto de Santos serão autuados pelo Ibama

Crimes ambientais foram flagrados durante operação contra o tráfico internacional de drogas e poluição no cais santista

Por: Fernanda Balbino  -  26/10/22  -  21:19
Atualizado em 27/10/22 - 10:59
Ação foi comandada pela Polícia Federal; helicóptero também foi utilizado para facilitar os flagrantes
Ação foi comandada pela Polícia Federal; helicóptero também foi utilizado para facilitar os flagrantes   Foto: Divulgação

Quatro navios serão autuados pela prática de crimes ambientais no Porto de Santos. Eles foram flagrados, no início deste mês, durante uma operação que tinha como objetivo repreender o tráfico internacional de drogas e poluição no cais santista.


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A ação foi comandada pela Polícia Federal no Porto de Santos e durou quatro dias. As vistorias aconteceram por ar e por mar. Um helicóptero e embarcações foram utilizadas em busca de flagrantes.


Segundo a agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, responsável pelo Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na região, alguns navios entraram para uma lista de suspeitos de cometerem irregularidades. Isto aconteceu após flagrantes de limpezas de porões ou de outros descartes de resíduos.


A partir das imagens coletadas pelo helicóptero que sobrevoava a área de fundeio do cais santista, foram solicitados os registros das embarcações. Em alguns casos, como são navios de linha regular e vêm periodicamente ao Porto de Santos, esses documentos ainda serão avaliados.


Os dados coletados serão repassados para a Santos Por Authority (SPA), estatal que administra o cais santista, e para a Receita Federal. Assim que os cargueiros obtiverem autorização para atracar, serão vistoriados e autuados.


“Eles entraram e saíram enquanto a gente estava levantando toda a ficha deles. Mas isso não significa nada porque eles vão voltar, são de linha regular. Quando eles voltarem, serão autuados”, destacou Ana Angélica.


Segundo ela, é certeza que um dos quatro navios fazia limpeza de porões. “A água que ele soltava pelo lastro era preta. Está tudo fotografado e filmado durante o voo”.


Agora, na documentação de bordo, as autoridades verão onde foi feito o descarte de resíduos. A forma, o horário e as coordenadas também deverão ser apresentados, segundo a responsável pelo Ibama na região.


Limpeza de casco
Já outros três cargueiros tinham outras embarcações encostadas e com mergulhadores no entorno. Neste caso, a suspeita é de que havia limpeza de casco, o que é proibido.


“A limpeza de casco de navio é altamente poluente. É proibido. O produto que é usado, a raspagem, tudo é uma agressão ao meio ambiente. Essa limpeza só é autorizada a seco, em estaleiros, mas eles fazem com mergulhadores”, afirmou a responsável pelo Ibama.


De acordo com a agente ambiental federal, os comandantes das embarcações autuadas deverão fornecer os dados das equipes de mergulho que atuavam no momento dos flagrantes. Essas empresas terceirizadas também deverão ser investigadas.


Outra questão levantada durante a operação é a possibilidade de esconderijo de drogas nos cascos nas embarcações, o que já foi flagrado pela Polícia Federal em outras ocasiões.


Os casos continuam sendo investigados.


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