Protestos de caminhoneiros podem causar impactos no Porto de Santos em 48 horas

Caso movimento não chegue ao fim, complexo deve sentir reflexos; categoria não adere na Baixada Santista

Por: Fernanda Balbino  -  01/11/22  -  17:25
Atualizado em 01/11/22 - 19:19
Manifestação popular na Rodovia Rio-Santos
Manifestação popular na Rodovia Rio-Santos   Foto: Reprodução

O fechamento de estradas em função dos protestos de caminhoneiros pode causar impactos no Porto de Santos, caso se mantenha nos próximos dias. Até agora, as interdições não afetaram as operações de embarque de cargas no cais santista. E os autônomos que atuam no transporte de mercadorias na Baixada Santista não pretendem aderir ao movimento.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Mesmo após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para liberar as vias, várias estradas ficaram interditadas em todo o País, com centenas de pontos de bloqueio. Motivados pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, caminhoneiros organizaram os protestos em grupos de WhatsApp e dizem contar com apoio de empresários do agronegócio e também do comércio.


Mas, segundo o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), Luciano Santos de Carvalho, os caminhoneiros que atuam no Porto de Santos não participarão de nenhum protesto motivado pelo resultado das eleições.


"O sindicato de Santos não vai fazer política e partidária para nenhum governo, nem a favor nem contra. Nós somos neutros e a favor de uma única categoria: os caminhoneiros. O atual governo deixou muita coisa a desejar e a nossa luta não vai parar no governo que estiver no poder", destacou o líder sindical.


Ele aponta, ainda, questões que não foram resolvidas na atual gestão, como a redução do preço do óleo diesel, o preço do frete, a aposentadoria especial da categoria e o aumento dos pontos de parada para descanso dos profissionais.


A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) também reforça que a pauta da categoria dos caminhoneiros não é política, mas econômica. “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Lula. Esse projeto que está foi derrotado”, enfatiza o diretor da entidade, Carlos Alberto Litti Dahmer.


De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, por enquanto, não foram registrados problemas no Porto de Santos. Porém, caso os bloqueios sejam mantidos nas próximas 48 horas, alguns reflexos poderão ser sentidos. "As condições climáticas afetam a carga a granel sólido e os full contêineres vêm trabalhando normalmente, já que a carga de exportação é depositada e desembaraçada para embarque antecipadamente".


Terminais

A Brasil Terminal Portuário (BTP), que fica na Alemoa, informa que segue atenta às iniciativas de paralisação e bloqueios nas rodovias. "A empresa está monitorando atentamente o fluxo de caminhões, especialmente no acesso ao seu terminal na Margem Direita do Porto do Santos. Até o momento, registra normalidade na entrada e saída de caminhões pelos gates".


Na DP World Santos, que fica na Margem Esquerda, na Área Continental de Santos, e no Tecon, administrado pela Santos Brasil, em Guarujá, as operações estão normais.


Logo A Tribuna
Newsletter