Protestos de caminhoneiros afetaram operações do Porto de Santos

Na manhã desta quinta-feira (9), as operações de sete navios foram prejudicadas

Por: Fernanda Balbino  -  10/09/21  -  08:03
 Foram registrados pontos de concentração em 15 estados
Foram registrados pontos de concentração em 15 estados   Foto: Carlos Nogueira/AT

Os protestos de caminhoneiros em todo o País já impactam as operações do Porto de Santos. Mesmo sem bloqueios nas vias de acesso ao cais santista, alguns motoristas preferiram não trabalhar na manhã de ontem, o que afetou a descarga direta de, pelo menos, sete embarcações. A situação foi normalizada à tarde, Mas, além disso, problemas como o desbalanceamento de contêineres devem ser agravados, uma vez que a entrega das mercadorias aos importadores pode ser prejudicada em virtude do trânsito que se formou em algumas estradas de vários estados.


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Segundo o Ministério da Infraestrutura, com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta quinta (9), foram registrados pontos de concentração “com abordagem a veículos de cargas” em 15 estados.


Estradas que dão acesso a portos como Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e São Francisco do Sul (SC) registraram bloqueios. Consequentemente, as operações desses complexos portuários foram prejudicadas.


Não foram registrados bloqueios nas vias que dão acesso a Santos. No cais santista, o movimento não contou com o apoio da categoria. Só alguns caminhoneiros que atuam no transporte de granéis sólidos decidiram não trabalhar.


Segundo a Autoridade Portuária de Santos, sete embarcações que trabalham com descarga direta, que é aquela em que a carga sai do navio diretamente para o caminhão, não requisitaram serviço de operação portuária, já que os veículos não estavam “circulando por receio de protestos”. A estatal ainda garantiu que “os demais navios atracados operam normalmente”.


Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), Luciano Santos de Carvalho, o protesto nada tem a ver com a demanda da categoria. “Muito embora ciente das dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros em todo o País, como o alto preço do óleo diesel, os baixos preços dos fretes ofertados, falta de infraestrutura nas rodovias, tarifas de pedágios elevadas e ausência de fiscalização eficiente das leis que protegem a categoria, infelizmente o atual chamamento para a paralização, além de não oficializados pelas verdadeiras entidades sindicais da categoria, não possui qualquer pauta especifica em favor da categoria dos transportadores autônomo, bem como caracteriza-se como um movimento meramente político, o que não se pode coadunar”.


Avaliação
Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, mesmo sem bloqueios nas estradas da região, é possível que sejam registrados impactos nos próximos dias no cais santista.


“Somente cargas de exportação devem sofrer atraso. Não sabe se há mercadorias vindas de outros estados que possam ter ficado presas em algum bloqueio”, disse o executivo.


Roque ainda aponta que a entrega de contêineres nos terminais portuários tem acontecido normalmente. Porém, destaca que o problema registrado em outras cidades pode agravar a falta de caixas metálicas em alguns portos do País.


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