Os prefeitos de Santos, Rogério Santos (PSDB), e Guarujá, Válter Suman (PSDB), se dizem dispostos a dar suas contribuições ao Ministério de Portos e Aeroportos para o projeto do túnel Santos-Guarujá. Na última semana, o ministro Márcio França falou sobre a possibilidade de a ligação seca receber investimentos da Santos Port Authority (SPA) e do Governo Federal e já acenou que vai manter diálogo com as autoridades locais sobre o empreendimento.
No último dia 16, durante a inauguração de uma passarela próxima à Alfândega de Santos, França já havia adiantado que o túnel poderia ser custeado com recursos federais e que pretendia estreitar as relações com os prefeitos da região para discutir as questões referentes à logística, mobilidade urbana e relação porto-cidade. Rogério lembrou desse fato e explicou o que conversou com o ministro.
“Eu o recebi na Prefeitura (dia 16) e conversamos sobre várias pautas importantes para o Porto de Santos. Ficou combinado uma reunião posterior a ser feita com todos os prefeitos da Baixada porque o porto tem uma participação importante para o desenvolvimento de todas cidades da região, seja na geração de riquezas ou de empregos”.
Para o chefe do Executivo guarujaense, Válter Suman, as perspectivas também são boas com o fato de o Governo Federal ter mantido o interesse em tirar o projeto do papel, "independentemente do formato de sua execução" - até o ano passado, a ideia era desestatizar a SPA para que o túnel saísse do papel, algo que a nova gestão não defende.
"O fato novo é que agora temos o ministro Márcio França, que é daqui e conhece os reais benefícios que esse túnel trará tanto para a comunidade portuária quanto para a mobilidade dos moradores no dia a dia. No que depender de Guarujá, estamos prontos a contribuir para viabilizar toda e qualquer iniciativa que caminhe nessa direção”.
Suman frisou que a Baixada Santista anseia há muito tempo por uma solução para a ligação seca Guarujá-Santos. "Temos um porto que é crucial para a balança comercial brasileira e que, cada vez mais, conflita com o tráfego de balsas, basta observar que há alguns meses o gigante navio CMA CGM Vela e seus 347 metros de comprimento obrigaram a interrupção da travessia por um período considerável, trazendo muitos transtornos”, observou o prefeito de Guarujá.
Aproveitando a abertura de diálogo com o Governo Federal, Rogério disse que listou uma série de obras de infraestrutura necessárias para solucionar gargalos logísticos antigos durante sua reunião com o ministro.
“Conversamos sobre os serviços necessários e obras na entrada de Santos. O Município fez novas obras viárias e o Governo do Estado, por meio da Ecovias, está fazendo serviços, inclusive de drenagem, e falta o Governo Federal entrar com a sua parte, que seria um viaduto ligando diretamente a Via Anchieta à Avenida Perimetral. Conversamos sobre a possibilidade do túnel submerso, que também é uma obra importante para o desenvolvimento da Baixada Santista”.
Rogério reiterou que, com a nova gestão no setor portuário, quer uma participação mais ativa do Município nas questões ligadas ao setor. Entre as prioridades, citou a preocupação com o trabalhador portuário avulso. "Falamos ainda sobre o fortalecimento do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), para que volte a ter papel deliberativo, como sempre insistimos. A participação da comunidade portuária e das prefeituras da região nas decisões do maior porto da América latina é fundamental”.