Porto dos EUA sinaliza novas parcerias e enxerga oportunidades em Santos

Vice-diretor financeiro do Porto de Miami, norte-americano está de olho na América Latina

Por: Anderson Firmino  -  08/12/22  -  21:18
Atualizado em 08/12/22 - 21:32
Uma das metas do porto localizado na Flórida é chegar à movimentação de 1,75 milhão de TEU em 2025
Uma das metas do porto localizado na Flórida é chegar à movimentação de 1,75 milhão de TEU em 2025   Foto: Reprodução/Twitter

O Porto de Miami, nos Estados Unidos, é um exemplo de força e capacidade de inovação de forma global no setor. Apontado como o 29º do mundo em termos de contêineres em ranking de 2021 da World Bank Group and S&P Global Market Intelligence Container Port Performance, os norte-americanos querem mais. E estão de olho na América Latina para possíveis parcerias.


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Uma das metas traçadas pelo porto no estado da Flórida é chegar a movimentar 1,75 milhão de TEU até 2025. “Pensamos que temos a responsabilidade para crescer a infraestrutura de negócios entre a América Latina e os Estados Unidos”, afirma o vice-diretor financeiro do Porto de Miami, Andrew Hecker. Uma comitiva esteve no 30º Congresso Latino-Americano de Portos (AAPA Latino), realizado na semana passada em Santos.


“Temos uma grande oportunidade com agricultura. No futuro, muitos produtos perecíveis vão vir da América Latina. Além disso, a economia dos países desta região está em crescimento”, descreve.


Neste contexto, na visão do representante do Porto de Miami, Santos tem um olhar especial, fomentado durante o evento portuário. “O Porto impressiona muito em termos de extensão e diversidade de cargas. Há algumas possibilidades para trabalharmos juntos. Agora nos EUA, estão sendo perdidos, a cada dia, os perecíveis na Califórnia e no Arizona. Um furacão destruiu a produção de cítricos na Flórida. Então, vamos continuar a crescer a carga geral, mas os perecíveis, como suco de laranja e café, são boas oportunidades”, aponta.


Andrew Hecker lembra que a paralisação da indústria de cruzeiros, um dos pontos fortes de Miami, durante a pandemia, só não teve impacto maior por conta da aposta na movimentação de cargas.


“No Porto de Miami, 60% de toda a economia vem dos cruzeiros. Por isso, tivemos que focar no transporte de cargas. Foi uma salvação”.


Planos

Miami tem um projeto ousado: a primeira cadeia logística no país de ponta a ponta a zerar as emissões de gases do efeito estufa. Para isso, estão previstos investimentos de US$ 800 milhões (R$ 4,191 bilhões).


Ele também destaca a preocupação com a qualificação da mão de obra. “A maioria das pessoas que trabalham com carga em Miami está como parte de um sindicato internacional, que ajudou muito em treinamentos. A cada mês, eles têm aulas sobre segurança no trabalho, além de simuladores para praticar as operações. Trabalhamos para um porto mais eficiente e seguro”.


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