Porto de Santos tem lucro recorde e projeta superávit de R$ 500 milhões para 2022

Diretor da SPA diz que resultado é fruto de maior movimentação de carga, redução de custo e otimização de gasto

Por: Ágata Luz  -  23/03/22  -  11:03
Atualizado em 23/03/22 - 11:24
Em 2021, despesas administrativas na Santos Port Authority (SPA) tiveram redução de 15,1% e os custos operacionais recorrentes caíram 1,2%
Em 2021, despesas administrativas na Santos Port Authority (SPA) tiveram redução de 15,1% e os custos operacionais recorrentes caíram 1,2%   Foto: Flávio Hopp/AT

A Santos Port Authority (SPA), estatal responsável pela administração do Porto de Santos, encerrou 2021 com o maior lucro líquido de sua história: R$ 329,1 milhões. Para este ano, a empresa projeta um novo recorde, que pode chegar a R$ 500 milhões.


A alta de 62,6% sobre o lucro líquido de 2020 permitirá à SPA pagar a Participação de Lucros e Resultados (PLR) aos empregados e distribuir quase R$ 308 milhões em dividendos à União, explica o diretor de Administração e Finanças da SPA, Marcus Mingoni, já de olho em 2022.


“A gente está estimando mais de R$ 500 milhões de lucro para 2022, algo ainda mais expressivo na comparação com 2021”, diz Mingoni, garantindo que os números deste primeiro trimestre são positivos até o momento. “Estamos bastante confiantes”.


Caminho
Ele explica que o lucro registrado pela SPA foi fruto de uma nova política implantada na companhia. “A gente conseguiu implantar uma cultura de austeridade para a gestão dos recursos, que são públicos, com a máxima eficiência e cuidado”.


A receita líquida registrada pela Autoridade Portuária no ano passado foi R$ 1,1 bilhão. “Foi um ano com recorde de movimentação no fluxo de cargas do Porto”, destaca o diretor. Porém, ele enfatiza que os principais passos para alcançar o resultado foram possíveis graças à redução de custos e à otimização de gastos, que ele chama de “conjunto de obra”.


Além de revisões em contratos, o diretor de Administração e Finanças cita o Plano de Demissão Voluntária (PDV) executado ao longo de 2020, que resultou na saída de 209 funcionários da SPA e teve seu efeito notado em 2021. “Algumas reorganizações no quadro pessoal também deixaram a estrutura mais enxuta e ágil, promovendo uma importante redução de despesas”.


O investimento em tecnologia foi lembrado por Mingoni. “Nosso modelo de fiscalização está menos ostensivo do ponto de vista de termos um funcionário fiscalizando o tempo todo e se tornou muito mais tecnológico. Tem uma cobertura maior de câmeras, com inteligência artificial e softwares mais modernos”.


Consequências
Para o diretor da SPA, três aspectos resumem a importância deste recorde para a Autoridade Portuária. O primeiro é que a empresa mostra uma nova gestão ao mercado, “técnica, austera e focada em eficiência e entrega de resultados”. O fato serve para reconstruir a imagem da companhia, que quando tinha o nome de Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) já se viu envolvida em operações da Polícia Federal.


Outro destaque se refere à geração de caixa. “A gente tem que ser uma forte geradora de caixa para poder realizar os investimentos que são pesados e relevantes na infraestrutura do Porto”, destaca, dizendo que isso proporciona “sustentabilidade de longo prazo para a empresa e a cadeia logística nacional”.


Por fim, Mingoni ressalta que o resultado obtido pela companhia agrega valor à desestatização da gestão do complexo portuário, tornando a Autoridade Portuária atraente ao mercado. “Os investidores veem com bons olhos. A empresa está entregando bons resultados, com boas perspectivas, enxuta e gerando lucros”.


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