O consultor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) Marcelo Cesar Guimarães afirmou que o órgão internacional foi contratado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para fazer a avaliação concorrencial nas áreas de portos e da aviação civil.
“É importante verificar como esses dois setores se conversam. A OCDE deixa muito clara a necessidade de constante revisão e reavaliação das normas e procedimentos. Eventualmente, algo que foi adotado há dez anos pode não fazer mais sentido nos dias atuais”, justificou.
Guimarães foi um dos expositores convidados para o painel sobre arranjos produtivos e sincromodalismo no Summit Portos 5.0, evento promovido pelo Grupo Tribuna, realizado no mês passado, em Brasília. Para o CEO da ASV Infra Partners - Consultoria em Infraestrutura, Adalberto Vasconcelos, um dos desafios é o aprimoramento legal concorrencial e regulatório, que precisa ser dinâmico.
Na avaliação dele, a infraestrutura logística representa um diferencial de competitividade, porque ela é determinante para o valor dos preços e dos serviços. “Ainda restam muitos desafios para serem vencidos no Brasil para garantirmos um crescimento competitivo e sustentável do País, como ter uma visão mais holística desse setor”.
Segundo o engenheiro e consultor Luis Claudio Montenegro, falar de sincromodalismo é uma evolução do conceito do transporte multimodal, pois representa um olhar para três fatores que precisam ter uma sintonia fina: infraestrutura, serviços prestados e a operação. “Estamos vivendo no mundo hoje um problema de logística muito sério, que parte da falta de planejamento sistêmico. Podemos fazer o melhor e ter o melhor navio, mas está faltando motorista de caminhão na Inglaterra. Por causa dessa peça da engrenagem, nada funciona”.
Já o consultor portuário da TBC Cesar Mattos entende que a verticalização é positiva, no geral, para melhorar os elos da cadeia produtiva, porque isso gera custos menores, mais agilidade e maior eficiência.