Obras do Parque Valongo, em Santos, avançam

Ocupação da área dos armazéns 1 ao 3 deve ser definida até junho, diz secretário de Desenvolvimento Urbano

Por: Bárbara Farias  -  03/04/24  -  17:57
Atualizado em 06/04/24 - 13:41
Primeira etapa da obra, que será entregue entre junho e julho, consiste na entrega do Armazém 4 restaurado e da praça que será construída onde ficavam os armazéns 5 e 6
Primeira etapa da obra, que será entregue entre junho e julho, consiste na entrega do Armazém 4 restaurado e da praça que será construída onde ficavam os armazéns 5 e 6   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

A ocupação da área dos antigos armazéns 1 ao 3, no futuro Parque Valongo, deverá ser definida ainda neste semestre pelo grupo de trabalho constituído por representantes da Autoridade Portuária de Santos (APS) e da Prefeitura. A ideia é contemplar museus e restaurantes no local e as autoridades ainda estudam de que forma se dará a concessão ou licitação do espaço.


“O projeto está bem avançado. A gente pretende concluir as estratégias de ocupação ainda neste semestre, até o meio do ano, inclusive se irá licitar ou conceder o todo ou em parte, em fatias ou em fases. Então, esse grupo de trabalho coordenado pela APS tem essa função”, explica o secretário de Desenvolvimento Urbano de Santos, Glaucus Farinello, em entrevista para A Tribuna.


“A gente tem estudado várias possibilidades, com espaço cultural, mas também gastronômico. Talvez trazer o Museu do Porto, instalar um museu ferroviário, transferindo para lá várias locomotivas e vagões. Hoje eles estão no Museu dos Bondes, que, talvez, servirá, em parte, ao edifício-garagem do futuro terminal de passageiros”, afirma Farinello.


Várias atividades
O secretário acrescenta ainda que, pensando de forma integrada, a área dos armazéns 1,2 e 3 poderá acomodar salas comerciais, lajes corporativas, museus, gastronomia e entretenimento . “Um mix de atividades para que a gente consiga manter fluxo 24 horas por dia, sete dias na semana”.


Porém, antes disso é preciso concluir as obras de revitalização da área, que incluem a Casa de Pedra 1 e entorno, e que competem à Brasil Terminal Portuário (BTP). A empresa destinará R$ 23,7 milhões por meio de um Termo de Responsabilidade de Implantação de Medidas Mitigadoras e/ou Compensatórias (Trimmc), firmado com o Executivo Municipal e APS em 18 de agosto de 2023.


Essas obras deverão iniciar no segundo semestre, estima o secretário. Na mesma data foi firmado outro Trimmc com a Ecoporto Santos, que injetará R$ 5 milhões na construção de um playground e um píer de contemplação.


Primeira etapa
As obras da primeira fase estão sendo conduzidas e financiadas pela Cofco International que destinou R$ 15 milhões por meio de um Trimmc assinado em 15 de maio de 2023.


“A primeira etapa, que será inaugurada entre o final de junho e o início de julho, consiste na entrega do Armazém 4 restaurado e da praça que será construída onde ficavam os armazéns 5 e 6”, afirmou Farinello.


Outros equipamentos
O secretário ressaltou que o Parque Valongo engloba a revitalização das áreas dos antigos armazéns portuários 1 ao 6 e que contará ainda com duas quadras para esportes de areia, como beach tennis (tênis de praia), futevôlei e vôlei de praia, um playground (parquinho infantil), áreas verdes, mobiliário, calçadão, um píer de contemplação e um píer de atracação de embarcações turísticas.


Quanto ao píer flutuante de embarcações, Farinello afirmou que a Prefeitura alocará recursos próprios de aproximadamente R$ 1,2 milhão, do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb).


O secretário explicou ainda que a Casa de Pedra 2 e o armazém 7 também serão recuperados, mas não fazem parte da área de domínio da Prefeitura. A restauração também será uma compensação da Cofco com a APS.


“Então, no processo de concessão do terminal, a Cofco também assumiu o compromisso de fazer a relocação e restauração do armazém 7 e da Casa de Pedra 2, como também o restauro do antigo prédio da Dirop, também conhecido como Escritório do Tráfego, localizado na ponta do Paquetá. Ali será instalada a sede administrativa da Cofco”.


Diversidade de atrações
Para o professor de Engenharia e Arquitetura da Esamc Santos, Alessandro Cardoso Lopes, a diversidade tem de ser o ponto-chave do projeto. Assim seria possível atrair diferentes públicos, desde moradores locais até turistas. “A abordagem inclusiva contribuiria para a revitalização da região e para o desenvolvimento econômico”, diz.


Lopes destaca que explorar os armazéns para diferentes propósitos demonstra uma abordagem integrada e multifacetada para o desenvolvimento da área. “Criar uma rede de espaços interligados e complementares pode contribuir para enriquecer a experiência dos visitantes e potencializar o impacto positivo”.


Sobre o acesso à margem do Porto, ele acredita que é preciso criar um acesso inteligente. “Pois, imagine-se esperando o trem passar para você acessar o parque”.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter