Novo presidente da Autoridade Portuária de Santos: túnel submerso é prioridade

Em sua primeira entrevista, Anderson Pomini afirmou que a integração entre o porto e cidades será foco da gestão

Por: Bárbara Farias  -  20/04/23  -  19:59
Atualizado em 20/04/23 - 21:51
Ministro Márcio França apresentou nova diretoria
Ministro Márcio França apresentou nova diretoria   Foto: Silvio Luiz/AT

O túnel submerso Santos-Guarujá é a prioridade da nova diretoria da Autoridade Portuária de Santos (APS), que focará a gestão na integração Porto-Cidade. O anúncio foi feito pelo novo presidente da estatal gestora do Porto de Santos, o advogado Anderson Pomini, e pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (20), na sede da companhia, em Santos.


“A nossa prioridade, por orientação do nosso ministro Márcio França, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do presidente Lula (PT) — é a implementação do túnel e nós faremos, com essa equipe, a execução dessa obra que já é esperada há mais de 100 anos por todos os moradores de Santos e Guarujá”, declarou Pomini, que teve seu nome para o cargo aprovado pelo Conselho de Administração (Consad) da Autoridade Portuária, nesta quinta pela manhã.


Quatro diretores também receberam sinal verde do Consad e passarão a trabalhar com Pomini (veja abaixo). Com isso, o executivo Marcus Mingoni deixa a presidência da estatal, que ocupava de forma interina desde 23 de fevereiro.


Outra prioridade de trabalho, segundo o novo presidente da APS, está relacionada à execução de obras que beneficiem a população da Baixada Santista. Ele frisou a necessidade de uma plena integração entre o Porto de Santos e as cidades litorâneas.


“É preciso que haja uma integração entre o porto e as cidades. Não é possível que por aqui passe tanta riqueza, com números extraordinários, que tem o mérito da gestão que se encerra hoje. E, a 800 metros (de distância da sede da APS), na Margem Esquerda, termos pessoas vivendo em palafitas. Ou seja, é preciso que haja uma integração efetiva entre o porto e as cidades”.


Pomini reconhece ainda a importância da revitalização da área portuária do Valongo. “É preciso que o Valongo receba essa recuperação com urgência. O ministro está debruçado, juntamente com o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), com o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), com o deputado estadual Caio França (PSB), entre outros parlamentares da região, sobre esses temas tão importantes”.


Ministro
Já o ministro de Portos e Aeroportos disse que tanto o projeto da ligação seca Santos-Guarujá quanto o da revitalização do Valongo deverão ser incluídos no pacote de investimentos que será anunciado dentro de alguns meses, nos mesmos moldes do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que foi implementado em governos petistas anteriores. No entanto, a nova versão do PAC terá um outro nome, ainda não definido.


Márcio França explicou que, embora, a construção do túnel não seja uma obra diretamente relacionada às operações portuárias, “atende o sistema portuário”. Então, por isso há a necessidade de se fazer essa obra”.


O ministro voltou a defender a versão do projeto de ligação seca elaborada na gestão de Geraldo Alckmin como governador de São Paulo (2015-2018), quando França era vice-governador. “O túnel foi uma obra projetada há vários anos, orçada e licenciada. Foram feitos o projeto básico, o executivo e o licenciamento ambiental. Portanto, é uma obra que poderia ter tido concorrência”.


Novo nome
Em sua fala, França reiterou ao novo presidente da Autoridade Portuária o seu pedido para descontinuar o termo em inglês Santos Port Authority (SPA), nome fantasia criado pelo antigo Ministério da Infraestrutura na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Desde a década de 1980, a estatal era chamada de Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Como a razão social da empresa pública que faz a gestão do Porto santista é Autoridade Portuária de Santos S.A, é esse termo que passará a ser adotado pela União.


Pomini
Anderson Pomini é advogado, com vasta experiência em Direito Público, Constitucional, Político e Eleitoral; mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, com especialização em Direito Constitucional e Político e graduação pelas Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU/SP e pela Escola Judiciária do TRE/SP.


Foi secretário de Justiça do município de São Paulo; secretário parlamentar na Câmara dos Deputados; atuou na OAB/seção SP, e fundou o escritório de advocacia Pomini Sociedade de Advogados. Tem especialização em Direito Eleitoral e Processual Eleitoral pela Escola Judiciária Eleitoral do Estado de São Paulo do Tribunal Regional Eleitoral e larga experiência na área do Direito Público.


Pomini é casado com a também advogada e nutricionista, Thays Pomini. É pai do Vitor, de 15 anos, e do Pedro, com 10 anos.


Novos diretores
Além de Anderson Pomini, compõem a nova diretoria da APS a advogada Bernadete Bacellar do Carmo Mercier, para Administração e Finanças; o engenheiro Carlos Magano, para Infraestrutura; o engenheiro Eduardo Lustoza, para Desenvolvimento de Negócios e Regulação, e o engenheiro Antônio de Pádua de Deus Andrade, para Operações.


A nova diretora de Administração e Finanças, a advogada e professora universitária Bernadete Mercier, já foi superintendente e gerente jurídica da APS e secretária de Assuntos Jurídicos da Prefeitura de São Vicente em duas gestões e assessora parlamentar de Márcio França quando ele exerceu mandato de deputado federal.


O novo diretor de Desenvolvimento, Negócios e Regulação, Eduardo Lustoza, é engenheiro, mestre em Engenharia Mecânica, pesquisador pela Universidade Santa Cecília, já atuou em empresas do Porto, foi consultor portuário e porta-voz da Campanha Vou de Túnel.


O novo diretor de Infraestrutura, Carlos Eduardo Bueno Magano, é engenheiro civil, foi diretor da antiga Codesp, diretor de grandes empresas de logística, consultor portuário, ex-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários (Sopesp) e acumula vasta experiência no setor.


O novo diretor de Operações, Antônio de Pádua Deus de Andrade, é engenheiro com pós-graduação em Engenharia de Produção, Segurança do Trabalho e Gestão de Pessoas. Foi ministro da Integração Nacional, diretor de Engenharia da antiga Codesp, secretário de Transportes no Pará e comandou obras de porte em todo o País, como a transposição do Rio São Francisco.


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