Ministro dos Transportes quer elevar modal ferroviário para 40% da matriz logística até 2035

Ferrovias podem facilitar o escoamento da produção do agronegócio rumo aos portos nacionais

Por: Estadão Conteúdo  -  18/01/23  -  19:33
 “Vamos investir nos grandes corredores de transporte
“Vamos investir nos grandes corredores de transporte", comentou Renan Filho   Foto: Matheus Tagé/AT

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta quarta-feira (18) que pretende elevar para 40% a participação do modal ferroviário na matriz logística brasileira até 2035. Hoje, as ferrovias correspondem a menos de 20%. Ele apontou que a evolução do modal ferroviário irá modernizar a logística, aumentar a competitividade e a sustentabilidade socioambiental, além de dar mais segurança às rodovias.


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A declaração foi dada em coletiva de imprensa, ontem, em Brasília, sobre o plano de trabalho dos primeiros 100 dias da pasta. Nela, o setor ferroviário foi um dos principais focos, muito por conta dos projetos da Ferrogrão e das ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) - que já teve um segmento leiloado - e de Integração Centro-Oeste (Fico), que visam facilitar o escoamento da produção do agronegócio brasileiro rumo aos portos nacionais.


“Vamos investir nos grandes corredores de transporte, nas duplicações de rodovias e nas integrações ferroviárias para a ampliar competitividade da nossa economia. Estamos fazendo o reordenamento do ciclo de planejamento para os próximos quatro anos”, comentou o ministro, que prevê R$ 1,7 bilhão para as obras planejadas para o primeiro quadrimestre de 2023.


Sobre a Ferrogrão, Renan Filho reforçou que trabalhará para destravar o projeto e afirmou que buscará a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para ouvi-la sobre o empreendimento. Planejado para ter 933 quilômetros de trilhos, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), o projeto da ferrovia está parado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).


A obra é estruturada para ser o principal centro de escoamento de grãos de Mato Grosso, papel que hoje é exercido pela BR-163, mas enfrenta percalços há décadas em razão, em parte, dos impactos ambientais que podem ser gerados pela construção. Com a imagem do projeto desgastada, o ministro disse não gostar do nome Ferrogrão. “Fica parecendo que é algo que vai contra o meio ambiente”.


Hidrovias
Em meio à reorganização do Governo Federal, que extinguiu o Ministério da Infraestrutura e criou dois ministérios, o dos Transportes e de Portos e Aeroportos, Renan Filho defendeu que a área de hidrovias ficasse abarcada na pasta sob sua responsabilidade. Na série de mudanças promovidas nas últimas semanas, o segmento ficou na pasta comandada por Márcio França.


Ele conversou sobre as atribuições da pasta com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com a secretária-executiva, Miriam Belchior, que concordam com seu posicionamento sobre as hidrovias, mas ressaltaram que a decisão cabe ao Governo Federal.


Contribuições
Ao longo da última semana, o Ministério dos Transportes recebeu sugestões de ações prioritárias por meio de uma consulta pública. Foram mais de 6 mil contribuições, a maioria no sentido de ampliar a competitividade da infraestrutura e da logística de transportes de cargas e pessoas.


De acordo com o ministro, a ideia é ampliar investimentos para fortalecer a competitividade internacional, preservando as condições ambientais do País. “Nossa meta é interromper a involução do setor dos últimos quatro anos. Estamos abertos a aprimorar nossos procedimentos para atrair mais investimentos privados”.


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