Luis Claudio Santana Montenegro: Feliz Ano-Novo! Adeus ano velho

Ele é Engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia

Por: Luis Claudio Santana Montenegro  -  31/12/21  -  10:03
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Último dia de um ano de grandes desafios e vou propor aqui um último esforço para tentarmos sugerir um plano para 2022. O ano começará com as expectativas em torno de possíveis mudanças no Ministério da Infraestrutura. Não que as mudanças não sejam comuns para o comando da pasta, já que o setor teve mais de 20 ministros nos últimos 20 anos. Mas acredito que nunca estivemos tão ansiosos pela concretização definitiva de um projeto de Estado nesse segmento.


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Nesse sentido, nosso objetivo aqui é avaliar o que precisa ainda ser feito a partir da continuidade de ações técnicas e necessárias para definitivamente elevar a nossa logística a patamares globais de desempenho.


Trago três temas como sugestão de pauta para o novo ano: planejamento participativo, aprimoramento do desempenho da mão de obra portuária e redução da burocracia na logística de transportes.


Sobre planejamento participativo, já falamos aqui nesta coluna, mas não me cansarei de defender que a seleção de alternativas para a solução de problemas diagnosticados na nossa logística seja feita com a colaboração plena de toda a sociedade. Somente assim poderemos ter a certeza da melhor função e utilidade para cada real investido.


Evoluímos na participação social, mas ainda estamos limitados a debater pequenos aprimoramentos em soluções previamente definidas. Assim, temos perdido oportunidades de trazer inovação e o melhor da capacidade de solução para a mesa de debates. No modelo atual, propostas disruptivas acabam sendo vistas como atraso na implementação das alternativas tradicionais de solução.


Para o tema mão de obra portuária, reconhecendo a sua extrema importância, acredito que chegou a hora de quantificarmos exatamente a diferença de resultados possíveis com operações portuárias executadas com equipes de alto desempenho, fundamentadas em qualificação de alto nível e em seleção por resultados. Confesso que não consigo compreender bem porque ainda não encontramos um caminho sustentável para esse tema, principalmente dada a qualidade dos interlocutores de lado a lado. Acredito que a priorização do tema como política pública e o desenvolvimento de um plano de trabalho de convergência metodológica irão nos trazer uma solução do tipo ganha-ganha nesse tema tão importante.


Para que o ano novo seja completo, proponho ainda avançarmos de forma definitiva e arrojada na implantação de um programa de qualidade total e melhoria contínua nos processos burocráticos relacionados à logística de transportes, principalmente nos que envolvem o comércio internacional. Sabemos que os ganhos de eficiência são os de menor custo de implantação, os que trazem resultados mais rápidos, e provavelmente os que nos trarão maior ampliação da capacidade da nossa infraestrutura logística. A eficiência reduzirá fortemente os custos logísticos e permitirá direcionar investimentos em infraestrutura para os casos em que realmente são necessários.


Planos de Estado são resistentes a processos de mudança institucional representam os anseios da sociedade e têm seu amplo apoio estrutural, mas, principalmente, garantem a segurança necessária aos investimentos produtivos, tão importantes para que possamos definitivamente encontrar nosso caminho de desenvolvimento.


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